Após onda de protestos, Líbia corta serviço de internet
A onda de protestos na Líbia fez com que o governo bloqueasse totalmente o acesso à internet no país, de acordo com relatos de diferentes agências de notícias. O sinal da rede de TV árabe Al Jazeera também foi bloqueada, de acordo com informações da agência de notícias Reuters. Os principais sites bloqueados, segundo a […]
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A onda de protestos na Líbia fez com que o governo
bloqueasse totalmente o acesso à internet no país, de acordo com relatos de
diferentes agências de notícias. O sinal da rede de TV árabe Al Jazeera também
foi bloqueada, de acordo com informações da agência de notícias Reuters.
Os principais sites bloqueados, segundo a agência France
Presse, foram os das redes sociais Facebook e Twitter, apontados por
especialistas como um dos principais elementos na derrubada do presidente
egípcio Hosni Mubarak. As redes sociais foram amplamente usadas para organizar
e mobilizar os opositores ao regime de Mubarak.
Mortes
De acordo com comunicado da organização não-governamental
Human Rights Watch (HRW), as forças de segurança líbias mataram 84 pessoas
durante os últimos três dias de protestos que reivindicam mudanças políticas e
são realizados em várias cidades do país.
Segundo a organização, que baseia seus números em consultas
telefônicas com hospitais e testemunhas, “as forças de segurança de Muammar
Gaddafi dispararam contra os cidadãos que pedem uma mudança”, disse Joe Stork,
responsável da HRW no Oriente Médio e no norte da África.
Em Benghazi, as forças de segurança matara na sexta-feira
(18) 35 pessoas durante as manifestações de luto pela morte no dia anterior de
20 manifestantes nessa mesma cidade. Outras 23 pessoas foram mortas em
Al-Baida, três em Ajdabiya e três em Derna, segundo a HRW.
A Anistia Internacional (AI) conta 46 pessoas mortas durante
os protestos registradas na Líbia durante os últimos três dias e acusou as
autoridades de “excessivo” emprego da força contra
“manifestantes que pedem uma mudança política”.
Segundo a AI, que cita fontes do hospital Al Jala, em
Benghazi, 28 pessoas morreram ontem durante o “Dia da Fúria” nessa
localidade e outras 110 foram feridas. Às vítimas fatais somam-se outras três
em dias anteriores.
A organização conta ainda outras 15 vítimas na sexta-feira
em Al-Baida, a 100 quilômetros de Benghazi. Os manifestantes exigem uma mudança
política no regime, sob o poder de Muammar Gaddafi há 41 anos.
Investigação sobre violência
O procurador geral da Líbia, Abdelrahman Al Abar, ordenou
uma investigação sobre a violência usada contra os manifestantes, afirmou neste
sábado uma fonte próxima à justiça, que pediu o anonimato.
“O procurador ordenou a abertura de uma investigação
sobre as razões e o balanço dos acontecimentos em algumas cidades, e apelou
pela rapidez dos procedimentos para julgar todas as pessoas acusadas de mortes
e saques”, disse.
Ao mesmo tempo, uma fonte ligada ao poder revelou que as forças
de segurança “receberam ordens de sair do centro da cidade de Al Baida
para evitar enfrentamentos com os manifestantes”.
A situação em Trípoli, por outro lado, continua mais
tranquila neste sábado, assim como nos dias anteriores, quando defensores do
regime organizaram uma passeata carregando fotos de Gaddafi.
Gaddafi ainda não falou publicamente sobre a mobilização
contra seu regime, que já dura quatro décadas, mas os comitês revolucionários,
coluna vertebral do governo, ameaçaram os manifestantes com uma resposta
“violenta e fulminante”, em declarações citadas pelo site do jornal
Azahf Al Ajdar, que pertence ao ditador.
“O poder do povo, o poder das massas, a revolução e o
líder (Gaddafi) representam linhas vermelhas. Qualquer um que tente
ultrapassá-las ou se aproximar delas corre o risco do suicídio (sic) e brinca
com fogo”, advertiu a entidade oficial.
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