Agentes de saúde dizem que não abrem mão da greve para negociar salários

Depois de a prefeitura de Campo Grande anunciar que não negocia com categoria em greve, agora é a vez dos trabalhadores colocarem condições para retomar os diálogos. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública (Sintesp), Amado Cheikh, afirmou que só volta a negociar com os profissionais em estado de paralisação. A resolução foi […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Depois de a prefeitura de Campo Grande anunciar que não negocia com categoria em greve, agora é a vez dos trabalhadores colocarem condições para retomar os diálogos. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública (Sintesp), Amado Cheikh, afirmou que só volta a negociar com os profissionais em estado de paralisação.

A resolução foi tomada após o fracasso na tentativa de reabrir as discussões por meio de ofício encaminhado à prefeitura. Com isso, a greve dos agentes de saúde chega ao sétimo dia sem perspectiva de alternativas de solução.

Os trabalhadores querem melhoria nas condições laborais e reajuste salarial, para que a remuneração média passe dos atuais R$ 700 para R$ 2,1 mil. Eles alegam que possuem mais atribuições do que as previstas inicialmente, como manejo de inseticidas e controle de zoonoses. O prefeito Nelsinho Trad (PMDB) já disse que a concessão desse aumento é impraticável e reiterou que só negocia com a categoria se voltar aos trabalhos.

Amado Cheikh afirmou que os trabalhadores em greve devem percorrer a cidade para coletar assinaturas de apoio ao movimento, o que posteriormente será encaminhado à prefeitura de Campo Grande. Ele espera obter 30 mil adesões por semana.

Enquanto isso, o Sintesp segue acumulando multas diárias de R$ 25 mil por descumprimento de decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Na sexta-feira (7), o desembargador Paulo Alfeu Puccinelli determinou a volta dos agentes ao trabalho. Questionado sobre a ordem, Cheikh foi breve: “a multa é para o sindicato, a justiça que intime cada um dos grevistas”.

Partidarização

A reunião dos agentes de saúde na semana passada ocorreu em um espaço cedido pelo Partido Popular Socialista (PPS), o que gerou dúvidas quanto a uma possível partidarização do movimento grevista. “Não se trata de partidarização. O Athayde (Nery, presidente municipal do PPS) nos cedeu o espaço porque viu que nossa reivindicação é justa”, argumentou Cheikh. Na Câmara Municipal, o PPS faz parte da base de apoio de Nelsinho Trad, e o vereador Mário César é vice-líder do prefeito.

Conteúdos relacionados