UFMS diz que alunos optaram por ticket-refeição em vez de RU
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) informou por meio da assessoria de imprensa que uma decisão tomada em 2008, em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e representantes dos vários campi da instituição, apontou que recursos destinados à assistência estudantil seriam convertidos em tickets-refeição, em vez de serem aplicados em […]
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A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) informou por meio da assessoria de imprensa que uma decisão tomada em 2008, em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e representantes dos vários campi da instituição, apontou que recursos destinados à assistência estudantil seriam convertidos em tickets-refeição, em vez de serem aplicados em um Restaurante Universitário (RU). Os recursos provenientes do governo federal e administrados pela UFMS são repassados por meio de bolsas de auxílio e permanência.
Atualmente a UFMS distribui 1.126 bolsas-alimentação entre as unidades da Capital e do interior do Estado, no valor de R$ 182,60. A quantia equivale a cerca de R$ 8,20 para cada dia letivo. Já a bolsa-permanência é destinada a 1,2 mil alunos, e os repasses variam de R$ 300 (Capital) a R$ 370,26 (interior).
Esses dados foram repassados hoje (14) pela instituição a uma comissão de estudantes que fizeram um protesto em frente à reitoria da UFMS. Eles pediam a retomada do Restaurante Universitário, bem como a concessão de subsídios às refeições. Uma empresa privada explora os serviços no prédio instalado na Cidade Universitária e cobra entre R$ 6 a 8 por refeição, mas os alunos alegam que o custo é elevado.
Outro ponto delicado na questão da volta do RU é da alçada trabalhista: o governo extinguiu cargos de copeiro, segurança e cozinheiro para todas as universidades federais. Devido a isso, em uma eventual reabertura do RU não seria possível contratar esses profissionais. Em outras instituições federais, segundo a UFMS, quem trabalha nos RUs não perdeu seus cargos, mas cedo ou tarde o problema ficará evidente pela aposentadoria dos trabalhadores.
A UFMS mantém campi em Campo Grande e nas cidades de Aquidauana, Coxim, Chapadão do Sul, Bonito, Naviraí, Nova Andradina, Corumbá, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas. A maioria das bolsas-alimentação é destinada ao interior – apenas 160 benefícios são dirigidos aos alunos da Capital. A instituição reconhece o direito à manifestação estudantil e informa que está à disposição para o diálogo.
DCE apóia protesto
A nova gestão do DCE, que tomou posse no início deste ano, se manifestou favorável ao protesto dos estudantes. Para o coordenador geral do diretório, Robson L. de Souza, a decisão tomada em 2008 atendeu a circunstâncias específicas daquela época, e que hoje são diferentes. “O dinheiro que chegou para a UFMS tinha de ser usado para não retornar ao governo federal”, afirma.
Souza explica que o DCE ajudou a instituição a divulgar a concessão de bolsas, o que resultou em uma procura de 3,5 mil estudantes. Ele acredita que há uma demanda reprimida de alunos sem benefício, e o diretório quer trabalhar em conjunto com a UFMS para solucionar o problema.
Na opinião do coordenador geral, o problema da impossibilidade de contratação de trabalhadores para o RU não limita as negociações. “Queremos fazer um projeto e construir alternativas para tornar os restaurantes mais acessíveis aos estudantes. O RU é preciso”, defende Souza.
Uma reunião entre os estudantes e representantes das pró-reitorias de Assistência Estudantil e de Administração foi marcada para a próxima semana, para debater sobre o assunto.
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