Presidente da Emha condena indicação política na distribuição de casas populares
Governador causou revolta nesta semana ao prometer casas para vereadores aliados indicarem “os cupinchas”
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Governador causou revolta nesta semana ao prometer casas para vereadores aliados indicarem “os cupinchas”
Diretor-presidente da Emha (Empresa de Habitação) de Campo Grande, Paulo Matos, condenou hoje a distribuição de casas populares mediante critérios políticos e não técnicos. “Discordo totalmente desta atitude [distribuição política]. Aqui na Emha não existe isso de jeito nenhum. Não é justo com as famílias que estão na fila”, opina Matos.
Nesta semana, causou revolta atitude do governador André Puccinelli (PMDB) que aparece em vídeo prometendo casas para vereadores aliados, no interior do Estado, e ainda autorizando a colocar “os cupinchas” entre os beneficiários das unidades habitacionais.
Matos afirma que não viu o vídeo e acredita, inclusive, que o governador possa ter usado de “força de expressão”. Mas, as declarações de Puccinelli são claras ao fazer o oferecimento político.
Os vídeos foram gravados em solenidades em Ivinhema e em Pedro Gomes. Na primeira solenidade, o governador promete 10 casas para cada vereador fazer indicações de beneficiários. Porém, conforme Puccinelli, para ser merecedor o parlamentar tem que “se comportar”.
“Se você se comportar e os vereadores se comportarem, vão bem e nós vamos fazer uma parceria aqui. (…) quantos vereadores nós temos aqui da nossa base? Vamos tentar recuperar todos”, diz.
Matos disse ser defensor do sorteio público de moradias, mas ressalva que tal critério apesar de transparente nem sempre é o mais justo. Isso porque o sorteado pode ser sorteado alguém que tem menos necessidade.
Segundo ele, a Emha segue rigorosamente os critérios dos programas de habitação. Há ainda casos em que são priorizadas famílias que estão em situação de risco ou problemas extremos como violência doméstica.
Conforme Matos, por vezes vereadores procuram a Emha para sugerir o encaminhamento de famílias, mas isso não quer dizer que haverá atendimento.
“A Emha faz a investigação social e às vezes conta ainda com a triagem do Ministério Público e da Defensoria Pública para identificar se o caso é realmente uma questão de excepcionalidade. Se for o caso de extrema necessidade pode ser dado um tratamento prioritário”, comenta.
O PT informou ontem que acionaria a Procuradoria Regional Eleitoral pedindo uma investigação eleitoral contra o governador que é candidato à reeleição. Outra medida anunciada é o ingresso de ação na Justiça Eleitoral por promoção pessoal.
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