Médico fala dos perigos em tomar antibióticos incorretamente
Profissional da saúde aprova decisão da Anvisa quanto a vender antibióticos apenas mediantes receita. De acordo com o médico cirurgião geral Paulo Carlos Veron da Motta, o uso incorreto ou contínuo de antibióticos pode resultar em sérios efeitos colaterais, tais como: lesões renais, lesões hepáticas, retardo no crescimento, em caso de crianças e até o […]
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Profissional da saúde aprova decisão da Anvisa quanto a vender antibióticos apenas mediantes receita. De acordo com o médico cirurgião geral Paulo Carlos Veron da Motta, o uso incorreto ou contínuo de antibióticos pode resultar em sérios efeitos colaterais, tais como: lesões renais, lesões hepáticas, retardo no crescimento, em caso de crianças e até o desenvolvimento da superbactéria KPC que já matou dezenas de pessoas neste ano.
Foi publicado na quinta-feira (28), no Diário Oficial da União, resolução da Anvisa que a partir do dia 28 de novembro, o cliente só conseguirá comprar antibióticos com prescrição médica. O paciente deverá ficar com uma via da receita de controle especial, carimbada pela farmácia, como comprovante do atendimento. A outra via ficará retida no estabelecimento farmacêutico.
O médico explica que a medida ajudará na educação das pessoas, já que muitos, ao invés de consultar um médico preferem ir a uma farmácia e sair de lá com o remédio que acha que aliviará o incômodo que sente ainda que nem saiba quais as causas. “As pessoas devem ter consciência de que o farmacêutico não é um médico”, disse Paulo.
GRIPE NÃO SE CURA COM ANTIBIÓTICO
Um dos principais motivos pelo qual as pessoas compram um antibiótico, geralmente é quando estão gripados ou resfriados. O médico explica que a gripe ou o resfriado são doenças virais, assim como a caxumba, catapora ou o sarampo. O antibiótico deve ser tomado em casos de doenças adquiridas por meio de bactérias infecciosas: pneumonia, amidalite, entre outras.
O médico disse que é uma tendência a pessoas se automedicar; mas também relatam que elas deveriam ter consciência de que é perigoso para sua saúde. “A Anvisa teve de intervir para que isso não procedesse mais, caso continue a partir de 28 de novembro, o farmacêutico poderá ser punido, geralmente esta é a maneira de fazer a resolução funcionar”, disse.
De acordo com o médico Paulo Veron, tomar antibióticos sem receita pode aumentar a resistência do organismo a bactérias, vírus e fungos. Desta forma, o antibiótico começa a perder sua eficácia. Isso porque a cada vez que a pessoa ingere incorretamente o antibiótico, as bactérias ganham força e podem não ser mais destruídas com o antibiótico. “A própria superbactéria é o resultado do uso indevido dos antibióticos, é tão sério a utilização incorreta deste medicamento, que pode levar a pessoa a morrer”, explicou.
O médico adianta que Anvisa está preocupada não somente com a venda de antibióticos sem prescrição médica, mas sim com os aplicados em pacientes dentro de hospitais. Ela afirma que apesar de as pessoas que trabalham na área da saúde ser capacitados, eles pecam, às vezes, por passar antibióticos errados a seus pacientes.
Paulo Veron explica que o correto antes de medicar o paciente e fazer o procedimento médico chamado cultura. Para se fazer a cultura o médico precisa colher o material de onde existe a bactéria infecciosa e colocá-la em vários antibióticos, sendo assim é possível detectar qual antibiótico a destruirá, visto que a antibióticos que a bactéria resiste e ganha força.
Embora na teoria seja desta forma, a cultura não é realizada em todos os casos, por se tratar de um procedimento trabalhoso e bastante caro; ela deve ser feita em laboratório. “Até durante as consultas deveríamos fazer a cultura, mas é inviável, desta forma, deixamos para realizar este procedimento em casos de pacientes que estão internados”, explicou.
GRAVIDEZ
A gestante que ingerir o antibiótico incorretamente ou continuamente poderá ter o como resultado a má formação fetal. O risco é ainda maior nos três primeiros meses.
ANTIBIÓTICOS MAIS VENDIDOS SEM RECEITA MÉDICA
Ampicilina, cefalexina e bactrim. A partir do dia 28 de novembro, eles só poderão ser comprados com prescrição médica.
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