Homem é condenado pela morte do rapper Sabotage

Sirlei Menezes da Silva foi condenado na tarde desta terça-feira (13) a 14 anos de prisão pela morte do rapper Sabotage. Ele foi considerado culpado pelo homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima). A sentença foi lida pouco antes das 18h no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São […]

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Sirlei Menezes da Silva foi condenado na tarde desta terça-feira (13) a 14 anos de prisão pela morte do rapper Sabotage. Ele foi considerado culpado pelo homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima).

A sentença foi lida pouco antes das 18h no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, pela juíza Fabíola de Oliveira Silva, da 1ª Vara do Júri. Uma vingança decorrente de uma disputa pelo tráfico de drogas em uma favela foi considerada como motivação para o assassinato.

O defensor público Marcelo Carneiro Novaes disse que irá recorrer da decisão. “Vamos recorrer e esperamos obter êxito neste recurso. Gostaria de saber o que aconteceu. É uma prova absolutamente insuficiente”, declarou sobre o depoimento das testemunha sigilosa 1, no qual teria o júri teria se baseado para a condenação.

Sobre o fato de o condenado ter assinado uma confissão em depoimento no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no Centro de São Paulo, em dezembro de 2004, o defensor disse apenas que “é uma confissão que não merce nenhuma credibilidade”.

Durante o julgamento, ele declarou que o processo é uma “maracutaia” e que a confissão à polícia foi feita sob coerção. “O Sabotage tem uma música que se chama maracutaia. E eu afirmo: esse processo é uma maracutaia.”

O defensor apresentou ainda um ofício do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer, que comprova que a mãe de Sirlei foi internada no dia 23 de janeiro de 2003, um dia antes do crime.

Por volta das 5h do dia 24, segundo a defesa, ele estava pegando um trem para ir levar roupas para a mãe, o que impedia que ele estivesse na Avenida Abraão de Morais, na Zona Sul da capital, às 5h30, horário do crime.

Na segunda-feira (12), Sirlei Menezes da Silva negou ter relação com a morte do rapper. Uma testemunha, sigilosa, no entanto, afirmou que o viu comemorando o assassinato em uma favela após o crime.

O promotor Carlos Roberto Marangoni Talarico, por sua vez, afirmou estar “satisfeito com a sentença” proferida. “É a sentença costumeiramente dada, não merece reparo”, disse. Para o promotor, pesou na decisão do júri o depoimento prestado pela testemunha sigilosa, “um senhor de idade, sem passagem pela polícia”. “Essa testemunha deu subsídios para a condenação”, explicou.

Devido ao fato de Sirlei Menezes da Silva já ter sido condenado a mais de cinco anos de prisão por roubo em 1995, o promotor pediu a reincidência, na tentativa de aumentar a pena do réu, mas a juíza não levou em consideração.

Depois de ter sido condenado, a defesa entrou com recurso, que só foi julgado e indeferido em 2006. No entanto, Sirlei não foi comunicado da decisão da Justiça na época e continuou em liberdade.

Segundo o promotor, o condenado terá de cumprir agora a condenação por roubo. Como já está preso há pouco mais de cinco anos, lhe restaram então os 14 anos da pena. “Mas existem oito inquéritos que foram reabertos e em ao menos um deles já foi aceita a denúncia contra ele. Então, ele pode ficar mais tempo na prisão”, disse o promotor.

Sabotage, assassinado a tiros quando deixava a mulher no trabalho no bairro Bosque da Saúde, tinha 29 anos na época do assassinato. Cantor e compositor nascido em uma favela paulista, Sabotage compôs muitas músicas de cunho social, falando sobre drogas, violência e criminalidade. Sua estreia no cinema foi no filme “O Invasor”, de Beto Brant.

Também incorporou o personagem Fuinha em “Carandiru”, longa de Hector Babenco, que estreou meses depois da morte do rapper. O papel dele era de um detento viciado em drogas.

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