Em Israel, Lula sofre boicote de ministro por não visitar túmulo
Em sua passagem por Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não visitar o túmulo do fundador do sionismo, Theodor Herzl, e ainda depositará flores no túmulo do histórico dirigente palestino Iasser Arafat durante sua visita a Ramallah, na Cisjordânia na quarta-feira (17). Em protesto, o ministro de Assuntos Exteriores de Israel, Avigdor […]
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Em sua passagem por Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não visitar o túmulo do fundador do sionismo, Theodor Herzl, e ainda depositará flores no túmulo do histórico dirigente palestino Iasser Arafat durante sua visita a Ramallah, na Cisjordânia na quarta-feira (17). Em protesto, o ministro de Assuntos Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, boicotou a visita de Lula –a primeira de um presidente brasileiro ao Oriente Médio em mais de cem anos.
O Ministério de Assuntos Exteriores informou, segundo o jornal israelense “Haaretz”, que Lieberman queria mostrar ao presidente brasileiro como Israel “leva a sério sua recusa em cumprir protocolos diplomáticos”.
O chanceler israelense não compareceu nesta segunda-feira à sessão especial do Parlamento (Knesset) na qual Lula fez um discurso, nem ao encontro entre Lula e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
O porta-voz de Lieberman, Tzachi Moshe, confirmou à agência de notícias Efe que o ministro não compareceu ao Knesset para o discurso de Lula, mas preferiu não comentar se o chefe da diplomacia israelense estaria boicotando a visita.
Na manhã desta segunda-feira, enquanto Lula mantinha um encontro privado com o presidente israelense, Shimon Peres, o chefe de protocolo do Ministério de Assuntos Exteriores israelense, Yitzhak Eldan, perguntou mais uma vez ao embaixador George Monteiro Prata se o líder brasileiro tinha mudado de opinião. Prata respondeu com um firme “não”, segundo o jornal “Jerusalem Post”.
Ainda segundo o “Post”, quando perguntado por um jornalista sobre por que Lula visitará o túmulo de Arafat e não o de Herzl, Prata respondeu que “terão que perguntar ao presidente”.
Armas nucleares
Lula discursou nesta segunda-feira no Knesset, o Parlamento de Israel, e pediu um Oriente Médio livre de armas nucleares, a exemplo da América Latina.
Israel, apesar de ser membro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), nunca assinou o tratado de não proliferação nuclear e, suspeita-se, teria um arsenal não-declarado de armas nucleares.
O Ocidente acusa ainda o Irã de desenvolver um programa militar de armas nucleares, mas Teerã nega e diz ter apenas fins civis.
O presidente chegou neste domingo a Jerusalém, dando início a uma visita oficial de quatro dias pelo Oriente Médio, que também o levará aos territórios palestinos ocupados na Cisjordânia e à Jordânia.
Em entrevista publicada na sexta-feira (12) no “Haaretz”, Lula se definiu como um “negociador”, e disse que o Brasil pode ter um importante papel no conflito no Oriente Médio. e disse que “não se pode permitir que o que aconteceu no Iraque também ocorra no Irã”.
O diplomata Danny Zonshein, que atua como diretor de assuntos públicos do Ministério de Israel em Jerusalém, disse duvidar de que Lula conseguiria convencer o governo israelense a dialogar com o Irã.
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