ELEIÇÕES 2010: Tarso é eleito governador do RS

O ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) foi eleito governador do Rio Grande do Sul neste domingo (3), em primeiro turno. Com 96,42% das urnas apuradas às 20h24, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, ele tem 54,31% dos votos e não pode mais ser ultrapassado pelo adversário José Fogaça (PMDB), que tem 24,76%. A atual governadora, […]

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O ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) foi eleito governador do Rio Grande do Sul neste domingo (3), em primeiro turno.

Com 96,42% das urnas apuradas às 20h24, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, ele tem 54,31% dos votos e não pode mais ser ultrapassado pelo adversário José Fogaça (PMDB), que tem 24,76%.

A atual governadora, Yeda Crusius (PSDB), estava com 18,39% dos votos no mesmo período.

Ex-prefeito de Porto Alegre em duas gestões (1993-1996 e 2001-2002) e ministro em quatro pastas no governo Luiz Inácio Lula da Silva (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Educação, Relações Institucionais e Justiça), Tarso liderou todas as pesquisas de intenção de voto nos últimos meses. Governará o quinto maior colégio eleitoral do país, com 8,1 milhões de votantes e população total estimada em 10,9 milhões de pessoas.

O petista concorreu coligado com o PSB, o PCdoB e o PR. Durante a campanha, procurou vincular-se ao governo Lula, citando sua passagem por quatro ministérios e investimentos federais no Rio Grande do Sul, sobretudo os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Casado, pai de duas filhas e torcedor do Internacional, Tarso defendeu propostas como qualificação do ensino médio, revitalização do cais de Porto Alegre e planos microrregionais de desenvolvimento.

Em uma campanha de poucos ataques entre os principais candidatos, o resultado repetiu uma tradição no estado em que nenhum governador conseguiu se reeleger.

Em 1998, o então governador Antônio Britto (PMDB) perdeu a eleição para Olívio Dutra (PT). Em 2002, Olívio perdeu as prévias do PT para Tarso, que foi derrotado no segundo turno por Germano Rigotto (PMDB). Em 2002, Rigotto perdeu a eleição para a governadora Yeda Crusius (PSDB), que deverá terminar a eleição deste domingo em terceiro lugar.

Também pela primeira vez desde a redemocratização, um governador foi eleito em primeiro turno no estado.

Por outro lado, a eleição no RS marcou reversão de tendência registrada na disputa presidencial em 2006, quando Geraldo Alckmin (PSDB) venceu o primeiro turno no estado com 51,8% dos votos válidos, contra 30,7% de Lula. Em 2010, segundo pesquisa Ibope realizada de 29 de setembro a 1o de outubro, Dilma Rousseff (PT) tinha 47% ds votos totais, ante 37% de José Serra (PSDB).

“Nós interagimos e crescemos juntos”, afirmou Tarso neste domingo, sobre a eventual influência de Dilma em sua votação.

Governador eleito pregou “refundação” do PT

Em 2005, em razão do escândalo do mensalão, Tarso liderou um movimento de ruptura no antigo Campo Majoritário, a corrente hegemônica do PT, hoje denominada CNB (Construindo um Novo Brasil). Chegou a defender a “refundação” do partido.

A corrente de Tarso, chamada Mensagem ao Partido, foi a principal adversária da CNB nas eleições internas do PT de 2005 e 2007. Apoiado por Tarso, o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP) disputou a presidência do partido com bandeiras de resgate “ético”do partido, mas ficou em terceiro lugar – o eleito foi o deputado federal Ricardo Berzoini (SP), da CNB.

Com a candidatura de Dilma Rousseff, Tarso e sua corrente passaram a pregar o discurso de união entre as correntes, amenizando o tom das críticas à condução do partido.

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