Denunciado por suposta prática de tortura, delegado de Sidrolândia é aposentado

O chefe da delegacia da Polícia Civil de Sidrolândia, Edson Hernandes Pigosso, afastado do cargo por problemas de saúde há uns dois meses, aposentou-se, segundo a edição de hoje do Diário Oficial de Mato Grosso do Sul. De três anos para cá, o policial em questão sofreu ao menos uma dezena de denúncias formuladas pelo […]

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O chefe da delegacia da Polícia Civil de Sidrolândia, Edson Hernandes Pigosso, afastado do cargo por problemas de saúde há uns dois meses, aposentou-se, segundo a edição de hoje do Diário Oficial de Mato Grosso do Sul. De três anos para cá, o policial em questão sofreu ao menos uma dezena de denúncias formuladas pelo CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, por supostas torturas praticadas por ele dentro da delegacia. Os casos, investigados pela Corregedoria da Polícia Civil, ainda não alcançou um desfecho.

As denúncias contra o delegado surgiram por meio de depoimentos de mães de garotos que teriam sofrido agressões na delegacia comandada por Pigosso.

Mães de garotos que teriam sofrido torturas dentro da delegacia de Sidrolândia, dois dos quais acabaram assassinados depois, procuraram pela segunda vez este ano o CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, para denunciar o delegado da cidade, Edson Fernandes Pigosso. Elas acusam o policial de ter surrado seus filhos para forjar provas e incriminá-los.

Os casos denunciados no CDDH, segundo a entidade, foram encaminhados a Sejusp, Corregedoria da Polícia Civil e também à Defensora Pública Estadual.

Um desses casos é o da dona de casa Conceição Aparecida Rodrigues, 51, tia de Diogo Aparecido Oliveira Rodrigues, 17, assassinado a tiros no dia 25 de outubro de 2008. Ela disse que antes do crime o sobrinho dela fora detido por três vezes por suspeitas de furto.

Note que num trecho da denúncia, o qual o Midiamax teve acesso, Conceição acusa diretamente o delegado por prática de tortura: “o meu sobrinho contou-me que sofreu muita violência, espancamento, tortura durante os 15 dias em que ele ficou detido. Eu mesma vi o Diogo chegando a casa, ao ser liberado da Delegacia, vomitando sangue. Naquela ocasião ele relatou que foi espancado, foi humilhado e torturado pelo delegado Edson Fernandes Pigosso e pelos policiais militares Valdir e Nilson. O fato é que o meu sobrinho Diogo Aparecido Oliveira Rodrigues foi agredido em mais duas vezes quando teve passagem pela delegacia”.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, Pigosso, que sempre negou as acusações, ingressou na polícia em julho de 1987, como escrivão e, em abril de 2000, dez anos atrás, foi nomeado delegado por meio de concurso público.

Durante as duas décadas ele atuou em delegacias de Mundo Novo, Pedro Gomes, Aquidauana, Anastácio, Terenos, Ribas do Rio Pardo, Jaraguari, Bandeirantes e Sidrolândia.

”A Polícia Civil agradece por tantos anos de dedicação à instituição, desejando felicidades e realizações, em sua vida pessoal e familiar, com a merecida aposentadoria”, diz trecho final do comunicado da assessoria da Polícia Civil acerca da aposentadoria de Pigosso.

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