Sul-mato-grossense que jogou com artilheiro da Chape lamenta tragédia

Carlão acompanhou começo do atacante Bruno Rangel

O zagueiro sul-mato-grossense Carlos Alexandre Ferraz, o Carlão, que teve passagens por clubes cariocas como Flamengo e Vasco, jogou no Americano de Campos com o artilheiro da Chapecoense Bruno Rangel, 34 anos, uma das vítimas do acidente aéreo da madrugada desta terça-feira (29), em uma região montanhosa da Colômbia. 

“No meu primeiro [campeonato] Carioca eu disputei pelo Americano de Campos com ele [na equipe], em 2005. Ele não jogava muito naquela época, porque era muito novo, mas cheguei a vê-lo jogar uma ou outra partida. Me lembro que era uma uma pessoa de muita fé, ligado a Deus e gente boa. Era bem novo, mas muito promissor e já chamava a atenção”, relembra Carlão. 

Carlão que teve passagem pelo Avaí, outro time de Santa Catarina, avalia que a Chapecoense era um time com boa estrutura e que prometia chegar à elite do futebol nacional. 

“Na época em que joguei em Santa Catarina, ainda não estava tão bem [a Chapecoense], mas já via que era um time que possuía estrutura boa e era questão de tempo para chegar onde estão. Fui jogar lá um clássico [pelo Avaí] e empatamos. Aquilo era um caldeirão [o estádio Arena Condá], me marcou bastante”, conta.

Com passagens por times grandes como o Flamengo e o Vasco, Carlão diz que uma tragédia como essa não costuma passar pela cabeça dos jogadores.

“O jogador tem uma rotina: treinamento, concentração, jogo. Logo em seguida, você está dentro de outro avião, ainda mais para jogador que está na elite. Não passa pela cabeça que uma tragédia dessa possa acontecer. Você está fazendo o que gosta”, diz.

Bruno Rangel passou por times como Paysandu e Joinville antes da Chapecoense. É o maior artilheiro da história da Chapecoense, com 77 gols. Rangel é nascido em Campos dos Goytacazes, na Região Norte Fluminense do Rio de Janeiro. 

A Chape seguia para a Colômbia para disputar, na quarta-feira (30), a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional. Essa era primeira vez que o time chegava à final de uma competição internacional.

Não há, por enquanto, identificação dos mortos, somente dos sobreviventes: três jogadores e dois integrantes da tripulação. 

Foto: Arquivo Pessoal/Carlos Alexandre Ferraz