Dunga volta a local onde começou série de desafetos na CBF

Ele vai voltar a controlar o dia a dia da Seleção Brasileira na Granja Comary, em Teresópolis

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Ele vai voltar a controlar o dia a dia da Seleção Brasileira na Granja Comary, em Teresópolis

Nesta segunda-feira (1º), o técnico Dunga vai voltar a controlar o dia a dia da Seleção Brasileira na Granja Comary, em Teresópolis, na fase final de preparação para a Copa América . Foi lá mesmo, em 2007, meses depois de iniciar a sua carreira pós-atleta, que ele se apresentaria com as mesmas credenciais de quando levantou a taça do Mundial de 1994 – momento histórico em que trocou a exaltação pelo título por ofensas a jornalistas. Sua única frase publicável daquele instante, em Los Angeles, foi “é pra vocês, seus traíras!”

Já em 2007, Dunga começou sua coleção de desafetos entre os próprios “colegas” de comissão técnica e funcionários da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A primeira “vítima” foi o coronel do Exército José Haroldo Castelo Branco, então chefe de segurança da CBF. Por causa da presença de fotógrafos e cinegrafistas além da área delimitada em um dos campos da Granja, Dunga se virou para o militar e disparou uns três ou quatro palavrões, responsabilizando-o pela “invasão”. Castelo perdeu a voz, empalideceu e voltou para sua sala resmungando que nem mesmo em tempos remotos de caserna havia ouvido algo parecido de seus superiores nas Forças Armadas.

Dias depois, Castelo pedia transferência para outro setor e foi cuidar dos campeonatos de favelas organizados pela CBF. Mal sabia ele que era só o primeiro da lista.

Na mesma Granja Comary, concentração da seleção, Dunga desautorizou várias vezes, aos berros, o diretor de Comunicação da CBF, Rodrigo Paiva – cargo hoje que está vago.

Também teve desavenças públicas com Américo Faria, por muitos anos supervisor da Seleção, e que cuidava da programação da equipe. Discreto, o ex-funcionário da confederação não rebatia o treinador, mas mudava sua expressão e logo se recolhia.

Dunga reclamou algumas vezes com rispidez do preparador físico Paulo Paixão e também conseguiu polemizar com o médico José Luiz Runco, por causa de uma cirurgia a que foi submetido o meia Kaká no final de maio de 2008, no Rio. O técnico achou que o atleta deveria ter sido operado antes, quando estava apenas à disposição do Milan. Runco deu pistas do mal-estar ao afirmar que Dunga estava ciente da necessidade da cirurgia.

Outro fato de grande repercussão interna na CBF foi a reação de Dunga dentro de um avião fretado pela seleção para a disputa de um jogo das eliminatórias da Copa de 2010, em território brasileiro. Como chovia bastante e não havia condições para o pouso no aeroporto, ele se levantou bruscamente para tomar satisfações com o administrador Guilherme Ribeiro.

Os demais passageiros, em sua maioria atletas da Seleção, assistiram a tudo em silêncio. Um integrante da comissão técnica, mais tarde, relataria assim o incidente. “Estava uma turbulência danada e teve gente que estranhou ao vê-lo de pé, aos gritos. Até os comissários de bordo ficaram sem reação e só minutos depois pediram que ninguém levantasse.”

 

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