Caso de dopping pode fazer o Brasil perder medalhas no Mundial de piscina curta
O processo deveria correr em caráter sigiloso até que o atleta entrasse no período de suspensão provisória
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O processo deveria correr em caráter sigiloso até que o atleta entrasse no período de suspensão provisória
Após vir a público a informação de que o nadador brasileiro João Gomes Junior foi pego no exame de antidoping feito durante o Campeonato Mundial de Piscina Curta, disputado em dezembro passado, em Doha, no Catar, a defesa do atleta informou que está aguardando a comunicação oficial do resultado do exame, que será feita pela Federação Internacional de Natação (Fina) e deve ser liberada nos próximos dias.
O processo deveria correr em caráter sigiloso até que o atleta capixaba, de 28 anos, entrasse no período de suspensão provisória. Antes disso, Junior pode solicitar a contraprova, a partir de uma segunda amostra colhida após as provas, e também expor os argumentos em sua defesa. Só depois do início da suspensão provisória é que a Fina apontará uma data para o julgamento do atleta. Se for condenado à pena máxima, seguindo os termos da legislação antidoping mais rígida que entrou em vigor neste ano, o brasileiro pode ser suspenso por até quatro anos. Se os julgadores entenderem que as novas regras não se aplicam ao caso, por ter acontecido no ano passado, Junior pode pegar, no máximo, dois anos de suspensão.
Nesta segunda (19), o comentarista de natação do canal de TV a cabo Sportv, Alexandre Pussieldi, revelou que o teste deu positivo para um diurético proibido por mascarar o uso de substâncias dopantes. O suplemento alimentar que Junior usa teria sido contaminado pela substância vetada durante a manipulação. O advogado do nadador afirma que a defesa ainda está sendo preparada e os fatos estão sendo apurados.
Marcelo Franklin, da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), vai defender o brasileiro no caso. Ele atuou no caso de doping dos nadadores Cesar Cielo, Nicholas dos Santos, Vinícius Waked e Henrique Barbosa, flagrados no exame por uso de furosemida, outra substância diurética, no Troféu Maria Lenk de 2011. Por não ser a primeira vez que Waked foi pego usando substâncias proibidas, o nadador foi suspenso de competições por um ano. Os demais acabaram advertidos. Neste caso, todos os índices e medalhas conquistadas pelos atletas foram desconsiderados pela entidade.
Caso a mesma punição seja aplicada a Junior, o Brasil pode perder as três medalhas de ouro conquistadas com a participação do nadador e cair da primeira para a quinta posição no quadro de medalhas. Junior não ganhou nenhuma medalha em provas individuais, mas ajudou o Brasil a se classificar para as finais dos revezamentos 4 x 50 metros medley, 4 x 100 metros medley e 4 x 50 metros medley misto, provas em que a equipe brasileira acabou campeã.
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