Juros sobem, alinhados à reação dos Treasuries ao relatório de emprego nos EUA
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,975%
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Os juros encerraram a sexta-feira, 7, em alta, com exceção dos vencimentos curtos, que ficaram perto dos ajustes anteriores Num dia de agenda e noticiário locais fracos, as atenções mantiveram-se no exterior, com a leitura do relatório de emprego (payroll) norte-americano de dezembro pautando os negócios.
A criação de vagas muito abaixo do consenso não foi suficiente para alterar a percepção sobre o plano de voo do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), dado que o documento apontou recuo da taxa de desemprego abaixo de 4%, pressão sobre salários e forte revisão em alta na geração de postos em meses anteriores.
Os rendimentos dos Treasuries subiram ainda mais – a taxa da T-Note de dez anos se aproximou de 1,80% nas máximas – e a curva doméstica acompanhou.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,975% (regular) e 11,98% (estendida), ante 11,972% no ajuste anterior, enquanto a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,333% para 11,43% (regular) e 11,38% (estendida) A do DI para janeiro de 2027 fechou a regular em 11,315% e a estendida em 11,27%, de 11,227%.
Os juros locais, especialmente os de longo prazo, acompanharam pari passu o movimento do yield da T-Note de dez anos, que chegou muito perto de tocar 1,80% na máxima, por sua vez, influenciado pelos números do relatório de emprego. Apesar de os EUA terem criado apenas 199 mil vagas em dezembro, ante consenso de 422 mil, a alta dos salários e a queda do desemprego fizeram o contraponto.
“Houve decepção com o payroll, mas o restante não foi nada tranquilizador sobre a inflação, incluindo-se aí as fortes revisões acumuladas”, disse o estrategista de Renda Fixa da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi. As revisões de outubro e novembro adicionaram cerca de 140 mil postos aos números anteriores.
Para Caramaschi, o documento não deve alterar em nada os planos do Federal Reserve de início em breve do aperto monetário, considerando ainda outros dados robustos de atividade e o risco de a cepa Ômicron aprofundar os problemas nas cadeias globais de fornecimento. “O ciclo de alta de juros está dado, com potencial negativo para ativos de risco, não só emergentes, mas ações e criptomoedas no geral”, disse.
No balanço da semana, considerando o fechamento da etapa regular, as taxas longas subiram em torno de 60 pontos, bem mais que as curtas, que avançaram cerca de 20 pontos.
A gordura de prêmios acumulada na semana pode abrir espaço para alguma correção nos próximos dias, a depender da agenda de indicadores. Na próxima semana, o destaque é o IPCA de dezembro, na terça-feira, que, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, deve desacelerar a 0,65%, de 0,95% em novembro, e fechar 2021 em 10%, que seria quase o dobro do teto da meta de inflação estipulado para o ano, de 5,25%. Vale também monitorar a mobilização por reajustes salariais que vai se espalhando entre as categorias do funcionalismo público e causando problemas de logística pelo Brasil.
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