Um reajuste salarial linear de 1% para todos os servidores federais custa de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões por ano, nos cálculos do diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto. Nesse caso, um aumento de 5% para o funcionalismo, como sugeriu o presidente Jair Bolsonaro no meio do ano passado, custaria entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões aos cofres públicos por ano, conforme antecipou o Brodcast/Estadão em junho.

Após o governo atender apenas a reivindicação por aumento dos policiais, base de apoio de Bolsonaro, com previsão de R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022, diversas categorias do funcionalismo federal têm se mobilizado e pressionado por reajuste.

Na , o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) estima que 1.237 auditores, de um total de 7.500, já haviam entregado os cargos até ontem, em protesto contra o governo.

No , o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) informou que 1.200 funcionários sem cargos comissionados ou previstos para substituição já aderiram ao movimento – mais de um terço do total de servidores na ativa (3 500) -, se comprometendo a não assumir funções de comissão.

Ontem, como mostrou o Broadcast no dia 29 de dezembro, começou a rodar dentro do órgão outra lista virtual para entrega de cargos comissionados e comprometimento dos substitutos de não assumirem as funções – cerca de 1.000 funcionários (500 em cargos de chefia e outros 500 substitutos), segundo o sindicato. A entidade prevê divulgar um balanço com as adesões até o fim desta semana.

Está ainda prevista uma paralisação nacional no dia 18, organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que reúne 37 entidades associativas e sindicais, representando cerca de 200 mil servidores públicos.

A paralisação faz parte de um calendário de mobilização aprovado em reunião no dia 29 de dezembro. Se não houver resposta pelo governo, a categoria planeja outras mobilizações nos dias 25 e 26 de janeiro. O calendário fecha na primeira semana de fevereiro, quando o Fonacate quer realizar novas assembleias para deliberar sobre uma greve geral.