Saída de Teich pesa por componente político e Ibovespa fecha nos 77 mil pontos

O clima político voltou a pesar nos negócios, que já mostravam cautela com o mau humor visto no mercado acionário em Nova York, uma vez que o presidente americano Donald Trump segue na queda-de-braço com a China. Assim que o pedido de exoneração do agora ex-ministro da Saúde Nelson Teich veio à tona, no final […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O clima político voltou a pesar nos negócios, que já mostravam cautela com o mau humor visto no mercado acionário em Nova York, uma vez que o presidente americano Donald Trump segue na queda-de-braço com a China. Assim que o pedido de exoneração do agora ex-ministro da Saúde Nelson Teich veio à tona, no final da manhã, o Ibovespa estabeleceu sua própria dinâmica de queda e assim se manteve durante toda a sessão desta sexta-feira, 15.

Nem conseguiu desencostar muito da mínima do dia (77.426,10 pontos) e encerrou aos 77.556,62 pontos, em queda de 1,84%. Com isso, acumulou perdas de 3,37% na semana e de 3,66% em maio. O volume financeiro foi de R$ 25,9 bilhões. Nem mesmo a alta do petróleo no mercado internacional ajudou a Petrobras, cujas ações preferenciais encerraram em queda de 1,44%.

Após certo alívio ontem, quando foi visto como positivo o aceno para uma reaproximação dos presidentes da República, Jair Bolsonaro, com o da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), hoje o índice sucumbiu com a cautela dos investidores por esse vai-vem político. “O ‘turn over’ dos ministros não é nada bom, pelo contrário, é muito ruim toda essa instabilidade, considerando também a relação do governo federal com os estados e os outros poderes, ressalta Marco Tulli, superintendente das mesas de operação da Necton, para quem essa situação prejudica as perspectivas de retomada do crescimento.

Para Raphael Figueredo, da Eleven Financial Research, a dinâmica política local ficou mais latente hoje e se sobrepõe, inclusive, às notícias micro, com alguns resultados corporativos que podiam trazer certa melhora. Segundo ele, a Bolsa local passa por um período de três semanas a que chama de ‘consolidação de preços’, quando o mercado não apresenta fluxo de entrada de recursos e os papéis vão apenas trocando de mãos.

“Ainda que os preços estejam consolidados, há uma configuração não muito positiva para o curto prazo. É uma fase de mercado cauteloso, baixo volume, muita volatilidade no intraday, praticamente atropelando os fundamentos”, explica Figueredo.

Tulli, da Necton, afirma que o Ibovespa ainda está conseguindo manter algum suporte nessa região está relacionado ao fato de uma taxa de juros historicamente baixa, o que ajuda bastante a atrair uma parcela de compradores. Além disso, completa, há uma flexibilização da área econômica do governo e das empresas sobre o entendimento da pandemia, estendendo pagamentos. “E isso será seguindo de uma deflação no médio prazo e tudo acaba por ajudar a drástica situação de guerra”, diz.

Conteúdos relacionados