Com novo horário de funcionamento, feirantes temem prejuízos nos bairros
Com novo horário de funcionamento e nova maneira para atender a clientela, os feirantes que trabalham nos bairros de Campo Grande temem por prejuízos financeiros nas próximas semanas. O Jornal Midiamax foi até a feira localizada na Rua Ezequiel Ferreira Lima com a Rua da Divisão, que acontece todas as sextas-feiras. Precisando recolher as barracas […]
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Com novo horário de funcionamento e nova maneira para atender a clientela, os feirantes que trabalham nos bairros de Campo Grande temem por prejuízos financeiros nas próximas semanas.
O Jornal Midiamax foi até a feira localizada na Rua Ezequiel Ferreira Lima com a Rua da Divisão, que acontece todas as sextas-feiras. Precisando recolher as barracas mais cedo e aos finais de semana não permitir o consumo de alimentos no local, os trabalhadores estão com medo.
Trabalhando com a venda de pastéis e espetinhos, Elenice Maria, de 37 anos, disse que a mudança de horário vai impactar negativamente nas vendas e com quatro funcionários contratados, ela estima que precisa demitir dependendo dos lucros.
“As pessoas começam a chegar na feira às 19h e nesse horário já deveremos estar desmontando. Vai cair uns 50% nas vendas. Antes eu ficava até às 23h e vendia até 500 pastéis, agora, vendo no máximo uns 300”, disse.
Evandro Novaes, de 40 anos, critica a decisão que reflete no trabalho dos feirantes. “O problema não é quem vem comer no local, porque aqui não está tendo aglomeração. O problema é ter bar aberto e jovens na rua fumando narguile até tarde”, comentou o trabalhador.
O feirante, que trabalha na venda de alimento na feira, avalia a alternativa de vender por delivery aos finais de semana para não ser tão prejudicado. “É difícil vender no delivery, porque tem gente que fala: ‘se não for para comer aqui eu não quero’, então fica difícil”, disse.
Prejuízos de até 50%
O vendedor de lanches Gustavo Ramos, de 28 anos, disse que a pandemia já havia feito o movimento cair e com o novo horário, as coisas podem piorar para os trabalhadores. “Dependemos do fluxo de pessoas que geralmente chegam justamente no horário que deveremos estar fechando agora. Mas não tem o que fazer, se não vou ganhar o que?”, questionou.
Percorrendo 120 kg para chegar em Campo Grande e vender as verduras nas feiras, Sebastião Martins, de 58 anos, não sabe o que será das vendas neste mês.
“Eu vivo disso, venho do assentamento Eldorado para trabalhar aqui e o que tenho ganhado mal dá para sobreviver. O meu movimento caiu mais de 20%”, disse.
Vendedora de doces, Ivanir Azevedo, de 62 anos, disse que as vendas já despencaram mais de 50%. “Para o bem de todos, é bom, mas vai ser ruim para alguns porque não vamos conseguir trabalhar direito”, afirmou.
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