MSGás convoca acionistas para autorizar acordo sobre desestatização
Sindicato e funcionários temem que privatização seja concretizada
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Sindicato e funcionários temem que privatização seja concretizada
O Conselho de Administração da MSGás (Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul) convocou os acionistas da empresa para assembleia geral extraordinária em que deve ser autorizada a assinatura de um acordo de confidencialidade com o BNDES sobre o programa de desestatização. O chamamento surpreendeu trabalhadores, que temem a privatização da Companhia.
“Nós estamos surpresos porque o governo alega que é só para avaliar a empresa sobre uma possível privatização, mas a gente tem percebido que realmente eles vão querer privatizar mesmo”, diz Elvio Vargas, vice-presidente da Sinergia-MS (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado de Mato Grosso do Sul).
Em julho do ano passado, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) publicou editais para contratação de serviços relativos à estruturação e implementação da desestatização da MSGás, em que aponta valores relativos à avaliação econômico-financeira da empresa e alternativas para evolução no modelo regulatório do setor, que somados chegam a R$ 15 milhões.
O Sinergia-MS é contra a privatização, pois estudos mostram que a MSGás que tem lucro e que tem como finalidade o incentivo ao desenvolvimento do setor a médio e longo prazo. “Quando você privatiza, o importante passa a ser o lucro do patrão. As empresas privadas pensam em quanto elas vão ganhar, e não no desenvolvimento”, afirma Elvio Vargas.
A empresa sul-mato-grossense responsável pela distribuição de gás está presente em Campo Grande, Corumbá e Três Lagoas. A MSGás conta com 74 funcionários, sendo 67 concursados.
As incertezas sobre o futuro da Companhia causam preocupação nos funcionários. “Todas as informações que tomamos conhecimento é através da mídia, a gente não sabe o teor dos documentos e quais itens são confidenciais, isso causa instabilidade nos funcionários”, relata Ângela Beatriz, membro da comissão que representa servidores da MSGás.
O principal receio é sobre a manutenção dos postos de trabalho em um eventual acordo de venda da empresa. “Tudo é muito nebuloso. O que temos como base é o histórico do que acontece no país. Na Energisa, por exemplo, aconteceu demissão em massa. Temos apenas 67 funcionários, alguns há 15 anos, como vai ficar o emprego e a família dessas pessoas?”, questiona Ângela.
Por outro lado, o Governo do Estado diz que não há nada determinado por enquanto. “Essa discussão sobre a MSGás está sendo feita e não tem nada ainda definido”, disse a governadora em exercício, Rose Modesto (PSDB), durante agenda pública na quinta-feira (25).
Com a privatização, o governo pode abrir mão de uma empresa que atua em um setor estratégico e lucrativo. Representantes dos trabalhadores afirmam que nos últimos dois anos um aumento do lucro líquido de 154%. Conforme relatório anual, o lucro líquido da Companhia foi de R$ 12,9 milhões em 2016. Foi o 3º melhor resultado da Companhia desde sua criação em 1998.
A assembleia extraordinária em que deve ser autorizada a assinatura de um acordo de confidencialidade com o BNDES ocorre no próximo dia 23 de fevereiro, às 14h30, na sede da empresa, na Avenida Ministro João Arinos n° 2.138, Bairro Tiradentes, em Campo Grande. E foi convocada pelo vice-presidente do Conselho de Administração, Marcelo Augusto Viana Sant`Anna, através de publicação na página 43 do Diário Oficial do Estado de quinta-feira (25).
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