Tia Eva: Visitação guiada vai revelar detalhes históricos e culturais da Comunidade

Passeio faz parte de projeto de afroturísmo

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Comunidade Tia Eva (Foto: (Foto: Heitor Salatiel)

As ruas da comunidade quilombola criada por Eva Maria de Jesus, a Tia Eva, será palco de imersão turística para pessoas que queiram desvendada os detalhes históricos da região, localizada no Jardim Seminário, em Campo Grande. No sábado (13), o projeto Caminhadas Negras passa pela Capita com a missão de resgatar a narrativa do povo negro em Mato Grosso do Sul. 

Organizada pela plataforma de afro turismo Guia Negro, a visita passará pela igreja da comunidade e contará com roda de conversa com os mais velhos e com moradores que mantém a cultura trancista. 

O passeio vai ressaltar detalhes da Festa de São Benedito, realizada há mais de 100 anos, e a ligação com Furnas do Dionísio, comunidade São João Batista e a ligação com o carnaval campo grandense.

Além de Campo Grande, a visita guiada também passará por Corumbá, onde serão apresentados detalhes da religiosidade, quilombos e vozes que participaram da formação deste do município desde o século XVIII.

No circuito serão expostas imagens, rodas de conversa, teatro, literatura e visita a um terreiro, pontuando o valor dos negros, escravizados ou não, na formação e cotidiano atual da Capital do Pantanal.

O tour em Campo Grande custa R$ 40 e pode ser comprado pela chave PIX: guianegro@gmail.com ou pelo link (clique aqui para acessar). 

Em Corumbá o valor é R$ 50 e o ingresso pode ser acessado clicando aqui

Eva Maria de Jesus

Nascida em Mineiros, interior de Goiás, Eva tinha um sonho: dar um bom estudo para suas três filhas. Em 1887, aos 49 anos, Eva obteve sua carta de alforria, momento em que realizaria seu segundo sonho: ir para o Mato Grosso (atualmente, Mato Grosso do Sul) e construir um lugar para seus descendentes. Saiu de Goiás em 1905, chegando em Campos de Vacaria, hoje, Campo Grande, onde trabalhou como lavadeira, parteira, cozinheira, curandeira e benzedeira. Ela impressionava a todos, pois sabia ler e escrever, algo que era inesperado de uma escrava.

 Em 1910, decidiu pagar uma promessa a São Benedito por a ter curado de uma ferida na perna. Construiu uma capela em agradecimento ao santo e conclui a igrejinha em 1912, demolida e substituída por uma de alvenaria em 1919. Tia Eva está enterrada dentro desta pequena igreja, a mais antiga da cidade.

Comunidade Negra da Igrejinha de São Benedito, localizada a uns 15 km do centro de Campo Grande. O local, que abriga umas 60 casas, é reduto dos descendentes de Eva Maria de Jesus, mais conhecida como Tia Eva. Atualmente, praticamente 115 famílias formam a comunidade. No dia 5 de maio de 1998, a Igrejinha de São Benedito recebeu o definitivo tombamento como parte do Patrimônio Histórico de Mato Grosso do Sul, pelo governo do Estado.A comunidade negra Tia Eva é definida como uma comunidade urbana remanescente de quilombo desde 1905 e reconhecida pela Fundação Cultural Palmares.  

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