Por atendimento, mães e filhos precisam enfrentar horas de espera e calorão em UPA de Campo Grande
Por conta das paredes de vidro, UPA do Universitário age como estufa e aumenta calorão dentro da unidade
Monique Faria, Fábio Oruê –
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As altas temperaturas continuam em Mato Grosso do Sul, e quem aguarda por atendimento médico em Campo Grande precisa enfrentar a superlotação nas unidades de saúde, o calorão de mais de 30ºC e demora no atendimento.
A reportagem do Jornal Midiamax esteve nesta quarta-feira (4) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário, e conversou com pacientes e acompanhantes, que reclamaram da longa espera por atendimento, do calor e a falta de macas.
Após um AVC (Acidente Vascular Cerebral), o tio de Andreia Rocha teve convulsões, na noite desta terça-feira (3), e foi levado para a UPA Leblon, onde foi atendido e ganhou alta. Horas depois, passou mal novamente, e a família precisou levá-lo de volta ao hospital por conta própria, devido à demora da ambulância. Assista ao vídeo neste link.
Ao chegar na unidade de saúde, Andreia não conseguiu atendimento para o seu tio, pois não tinha maca para atendê-lo. “Cheguei lá [Upa Leblon] e não tinha vaga. A pessoa que atendeu lá na frente falou que não tinha vaga ou que atendia no chão. Saí de lá revoltada porque como que vai colocar uma pessoa idosa, de 77 anos, no chão. Ai vim para o UPA Universitário, estamos aqui desde 7h30”, explica.
Espera de mais de 5h
Enquanto aguarda o transporte do tio no saguão da UPA, Andreia percebeu como a unidade começou a ficar a lotada de mães e crianças e que só havia um pediatra atendendo. “As crianças estão chorando, nervosas, com dor na garganta. Coitadas das mães, e onde estão os médicos?”, explica.
Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a unidade está atendendo com seis médicos clínicos e cinco pediatras. Em nota, a pasta informou que há 14 pacientes adultos e 30 crianças aguardando atendimento.
“Apesar da alta demanda, todos estão sendo atendidos dentro do tempo protocolar de até 4h para casos de menor gravidade”, diz o texto. Uma mãe conversou com a reportagem do Jornal Midiamax, mas preferiu não ser identificada.
Ela contou que chegou com o filho doente às 9h30. “Logo que cheguei já passei por uma triagem, mas eles não estavam classificando. Depois que trocou de plantão, todo mundo passou pela triagem de novo e aí ele foi classificado”, diz Por volta das 15h, ela ainda aguardava atendimento médico.
Segundo a Sesau, o paciente estaria esperando apenas a menos de uma hora. Isso pode ser relacionado ao fato de que ele passou pela nova triagem no começo da tarde.
A Sesau também ressalta que ainda que nestas unidades – UPAs e CRSs -, há pacientes em observação ou aguardando transferência que precisam ser avaliados periodicamente pela equipe médica e de enfermagem.
“Além disto, também é realizado o atendimento às intercorrências de urgência, como é o caso de pacientes que chegam em parada cardiorespiratória, por exemplo, e precisam ser estabilizados. Desta forma, os médicos se revezam entre o atendimento que acontece internamento e também dos pacientes que chegam pela porta de entrada da unidade”, explica a nota.
‘Efeito estufa’
Sobre a questão do calor, a pasta ainda ressalta que por conta das altas temperaturas, os ares-condicionados e ventiladores acabam sobrecarregados e precisando de manutenção com frequência, afetando o clima no interior das unidades.
Além disso, a UPA do Universitário ainda conta com paredes de vidro do lado onde bate o sol durante a tarde e age como um a estufa, aumento as temperaturas dentro da unidade.
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