Metade dos motoristas de aplicativo de Campo Grande deve parar na próxima semana

Entre as reivindicações da categoria está o reajuste do valor cobrado pelas plataformas

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Saiba quais são as condutas que levam ao bloqueio dentro de plataforma. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Uma paralisação nacional de motoristas de aplicativos está marcada para a próxima segunda-feira (15) e pelo menos metade da categoria em Campo Grande deve aderir ao movimento, afirma o presidente da APPLIC-MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato do Sul), Paulo Pinheiro.

Dos 7 mil profissionais da Capital, pelo menos metade, ou seja, 3,5 mil motoristas devem parar total ou parcialmente na próxima semana. Além de Campo Grande, outras cidades do interior também devem participar da paralisação. 

Conforme explica o presidente da APPLIC-MS, a recomendação é que os motoristas paralisem nos horários de maior movimento para que as plataformas sintam o impacto da manifestação. “As operadoras jogam pesado e sujo com os motoristas fazendo promoções quando veem que o faturamento está caindo”, aponta.

Por que os motoristas de aplicativo de Campo Grande irão paralisar?

Na pauta de reivindicações da categoria está o valor repassado pelas plataformas aos motoristas. Conforme explica Paulo Pinheiro, o desconto que é cobrado por corrida é de 25%, porém pode chegar a até 37% em alguns casos, como nos preços dinâmicos em dias de chuva. 

Na avaliação do presidente da associação, o valor é abusivo já que não é reajustado desde 2016, diferente dos custos de manutenção do carro que cresceram no mesmo período.

“Não tem como trabalhar com despesas de locação de aluguel que é alto. Hoje temos carros particulares que cobram caução mais o valor da semana, então para começar o motorista precisa desembolsar R$ 1,2 mil. Perderam totalmente a noção sobre o que é trabalhar com o transporte de passageiros”, ele expõe. 

O alto valor cobrado pelas locadoras de automóveis é outro ponto da pauta de reivindicações dos motoristas. “É surreal pagar R$ 3 mil para andar cinco mil quilômetros por mês”, observa. 

Entre os custos que os motoristas de aplicativos precisam arcar estão IPVA, plano de dados móveis de internet, manutenção do carro e gasolina. Diante disso, a categoria reivindica que o desconto aos motoristas de Campo Grande seja reduzido para 12% a 15% por corrida. 

Além disso, a APPIC também reivindica da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) a instalação de mais pontos de embarques e desembarques em Campo Grande para evitar multas aos motoristas. 

Por fim, a categoria pede a colocação de pontos fixos em rodoviárias de todo país para “acabar com a briga” com os taxistas. “É uma reivindicação a nível nacional”, frisa Paulo Pinheiro.

Carreata de motoristas

Os motoristas também estudam a possibilidade de fazer uma carreata no dia 15, começando nos Altos da Avenida Afonso Pena. A intenção do ato é chamar a atenção para as pautas de reivindicações da categoria. Ainda não há horário definido, mas deve ocorrer no período da manhã.

A paralisação nacional é convocada pela Fembrapp (Federação dos Motoristas de Aplicativos do Brasil) e pela Amasp (Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo). O Brasil conta com 2 milhões de motoristas de aplicativos. 

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