Em luto: protetores fazem manifestação contra maus-tratos a animais em Campo Grande

Manifestantes pedem para que leis de proteção aos animais sejam cumpridas. Além disso, também fizeram minuto de silêncio em luto aos animais assassinados

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Manifestação em prol dos animais (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

ONGs (Organizações Não Governamentais), protetores independentes e apoiadores se reuniram na manhã deste domingo (29) em prol da causa animal em Campo Grande. Concentração ocorreu na Avenida Afonso Pena, esquina com a 13 de Maio, onde participantes pediram que leis fossem cumpridas e ainda ficaram em luto pelas mortes bárbaras de animais registradas nesta semana na Capital.

Segundo Eleandra Pachuki, protetora independente de animais, manifestantes pedem apelo para que as leis de proteção aos animais sejam cumpridas, para que a DECAT  (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) atenda aos pedidos de socorro e que a prefeitura faça a castração em massa na cidade.

“Quando fala em animal é uma união. Nós viemos aqui reivindicar a castração animal em massa em Campo Grande e também em luto pela cachorrinha morta enterrada viva dando cria, também pelo gatinho morto a tijolada e pelos animais em geral que não estão tendo vozes”, explica.

Dessa forma, os participantes foram até as ruas fazer o apelo à população de forma pacífica.

(Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Luto pelos animais

Apoiadores da causa também rezaram e fizeram um minuto de silêncio pelas mortes de animais registradas nesta semana em Campo Grande, como é o caso da cadela enterrada viva e também do gatinho morto a tijoladas.

“A saúde dos animais é uma responsabilidade do governo e da população. Nós imploramos: orem por esses animais. O luto de hoje é por eles”, ressalta Laura Britto, presidente da ONG Fiel Amigo.

Filhotes sobreviventes

O caso da cachorrinha enterrada viva enquanto dava cria em Campo Grande, no último dia 25, chocou os moradores pela frieza do crime. Cadela estava parindo os cachorros quando o dono enterrou todos os bichos no quintal de uma casa, localizada na Vila Bandeirante. Um vizinho descobriu o crime e denunciou à polícia.

A cachorrinha ficava pela região e na rua, mas aos cuidados dos vizinhos. O Corpo de Bombeiros foi acionado para ajudar a retirar o animalzinho. Além da cadelinha, dois filhotes recém-nascidos também foram enterrados. A cadelinha não resistiu e morreu soterrada, enquanto os filhotinhos foram resgatados com vida.

Victor e Victorio
Victor e Victorio passam por cuidados e tratamentos (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Após quatro dias, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax encontrou os bichinhos durante a manifestação. Já bem tratados pelo trauma vivido, a cuidadora deles, Daniela Reis, já até batizou os cachorrinhos: Victor (o marromzinho) e Victorio (branco).

Ela conta que hoje os animais estão bem, mas quase não resistiram. O Victorio, por exemplo, sofreu parada cardíaca e precisou ser reanimado. Agora, animais são tratados para serem doados por uma família carinhosa no futuro.

Gato foi morto a tijoladas

Uma mulher de 35 anos foi presa em flagrante pela Decat no dia 24 de janeiro após matar a tijolada o filhote de um gato, no Bairro Campo Nobre. A mulher alegou que estava cansada dos animais invadirem a casa dela e fazer cocô na varanda da residência e por isso o atingiu com um tijolo.

O filhote pertence à vizinha da autora. Ambas moram em uma vila de quitinetes na Rua Ayde Roque. Segundo a polícia, a gata da vizinha deu cria e por isso alguns gatinhos saem e andam pelo local.

(Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Um vizinho, que preferiu não se identificar, contou que a mulher é alcoólatra e estava a um tempo sem beber, porém voltou a ingerir bebida alcoólica na noite de ontem. Nesta manhã, ainda sob efeito de álcool, a mulher se irritou com o animal e atirou um tijolo. Com o impacto, o filhote morreu.

A cena teria sido presenciada pela filha da dona do bicho, uma menina de 13 anos.

A polícia foi acionada e a mulher encaminhada para a delegacia. O animal foi recolhido e será levado ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e em seguida será realizada perícia.

A mulher responderá pelo crime de maus-tratos, se resulta em morte. A pena para o crime é de 2 a 5 anos, como o animal morreu, a pena pode ser aumentada de 1/6 a 1/3.

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