Indígenas são presos em ocupação de condomínio de luxo em Dourados

Um grupo de indígenas foi preso neste sábado (8) durante uma operação de retirada de ocupação, em uma área de construção de condomínio de luxo de Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande. O terreo está em disputado por empresa privada e povos indígenas da etnia Guarani-Kaiowá.
Cerca de 10 pessoas foram presas e levadas para delegacia pela Polícia Militar, através do Batalhão do Choque e Força Tática, conforme o CIMI (Conselho Indigenista Missionário). A área é reivindicada pela comunidade Yvy Verá, que começaram a ocupação na quinta-feira (7), colocando barracas de madeiras, entre materiais de construção. Com isso, as obras foram paralisadas.
Em nota, a Aty Guassu, conhecida como Grande Assembleia do povo Guarani e Kaiowá, emitiu uma nota de repúdio a ação desta manhã, alegando que houve tortura e prisão arbitrária, a mando do interesse privado na área grilada.
“A Aty Guassu vem, por meio desta, pedir socorro às autoridades do Direito e da Defensoria Pública da União e Defensoria do Estado. Pois, o Tekoha Yvu Verá reivindicando por nossa população e liderança é Terra Indígena ancestral e tradicional Kaiowá e Guarani antes mesmo da existência de empresas racistas que compram ilegalmente terras para fazer especulação imobiliária, expropriar a mão de obra de nosso povo para construção de condomínios com alto índice de concentração de renda, o que causa o aprofundamento da desigualdade social de Dourados, racismo ambiental, fome, falta de políticas públicas para população Guarani e Kaiowá e todos os sofrimentos e adoecimento mental da população indígena Guarani Kaiowá”, diz a nota.
Prisões e apreensões
Dentre os presos, o ex-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Magno Souza, também foi levado para delegacia prestar esclarecimentos sobre a ocupação, conforme o site Dourados News. Um colete balístico e uma arma de fogo calibre 22 foram apreendidos na ação.
Em março deste ano, o MPE instaurou inquérito solicitando a construtora informações sobre a construção na área reivindicada como tradicional indígena. Conforme o documento, a empresa tinha 30 dias para responder a petição.