GABARITEI: Ler autores brasileiros é a chave para se dar bem na prova de literatura do Enem

Em tempos de redes sociais com informações de consumo instantâneo, não é para menos a queda do interesse pela literatura entre os jovens, principal público-alvo do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2023. O problema é que essa área de conhecimento é muito importante e, muitas vezes, diferencial entre quem consegue e quem fica de fora de uma vaga em universidade.
Nesta 10ª reportagem da série GABARITEI: Edição Enem 2023 – que traz ao longo das próximas semanas dicas para um melhor rendimento dos candidatos no exame aplicado a partir de 5 de novembro em todo o país – o Jornal Midiamax vai ajudar candidatos para que esta etapa da prova seja menos desafiadora.
A reportagem contou com a ajuda do professor de Literatura Antonio Vanderlei – ele afirma que, para se dar bem na prova, é fundamental conhecer autores brasileiros e as obras clássicas.
“O Enem exige que o candidato leia os livros nacionais, conheça os períodos literários, as características das escolas, gêneros e principalmente autores contemporâneos”, destaca.
Principais dicas:
- Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos a seus contextos, mediante a natureza, função, organização e estrutura das manifestações;
- Criar relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político;
- Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
O que mais cai em literatura no Enem? Escolas literárias
Trovadorismo: Estilo de época que surgiu na Idade Média, marcado pelo predomínio do teocentrismo. Ricardo Coração de Leão e Afonso Sanches são os principais nomes do gênero.
Humanismo: A valorização do ‘eu’, o ser humano e a condição humana acima de tudo.
Quinhentismo: Referenciando os anos 1500, o quinhentismo é o período literário que abrange todas as manifestações produzidas no Brasil na época de seu descobrimento pelos portugueses.
Classicismo: Movimento cultural que fez integra o Renascimento europeu, marcado pelo retorno às formas e temas como a Grécia e Roma. Autores notáveis incluem Camões e Shakespeare.
Barroco: Conhecido por sua complexidade e extravagância, tanto na literatura quanto nas artes visuais. É caracterizado pelo uso de metáforas e figuras de linguagem. Autores barrocos incluem Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira.
Arcadismo: Oposição ao Barroco. Valoriza a simplicidade, a natureza e a razão. Autores que marcaram essa escola literária incluem Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa.
Romantismo: Período marcado pela subjetividade, enfatiza as emoções, a individualidade e a natureza como temas centrais. Entre os autores estão Gonçalves Dias, José de Alencar, Álvares de Azevedo.
Realismo: Retrato da vida cotidiana de maneira objetiva e precisa, muitas vezes, dando enfoque a questões sociais e políticas. Autores que marcaram o período incluem Machado de Assis, Raul Pompeia e Aluísio Azevedo.
Naturalismo: Extensão do Realismo, enfatiza a influência do ambiente e da hereditariedade sobre o comportamento humano. Entre os principais autores estão Aluísio Azevedo e Émile Zola.
Parnasianismo: Movimento oposto aos ideais do romantismo, estabelecendo princípios estéticos como o rigor formal e a recuperação de temáticas. Autores principais são: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.
Simbolismo: Escola que valoriza a simbologia e a subjetividade na literatura. Marcado pelo místico, musicalidade e presença de figuras de linguagem como a sinestesia. Nesse sentido, destacam-se Cruz e Souza, Alphonsus de Guimaraens e Augusto dos Anjos.
Pré-Modernismo: Como o próprio nome já diz, é a transição do universo artístico, período que evoca evocam o nacionalismo e o regionalismo, tendo como autores de destaque: Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato.
Modernismo: Criada no século XX, essa escola literária é caracterizada pela experimentação formal, ruptura com convenções tradicionais e uma abordagem mais livre e individualista. Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Ferreira Gullar e Clarice Lispector são os principais autores modernistas.
Pós-modernismo: Escola literária que desafia a linearidade e a objetividade na narrativa. João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado, Mario Quintana, Ferreira Gular, José Paulo Paes e Manoel de Barros.
“O Enem tem preferência pelo modernismo, jogo aí 70% das questões e 30% romantismo”, enfatiza o professor.
Autores que mais caem na prova
- Carlos Drummond de Andrade – 12 vezes
- Machado de Assis – 7 vezes
- Manuel Bandeira – 7 vezes
- Rubem Braga – 5 vezes
- Aluísio Azevedo – 4 vezes
- Ferreira Gullar – 4 vezes
- Oswald de Andrade – 4 vezes
- Luís Fernando Veríssimo – 3 vezes
- João Cabral de Melo Neto – 3 vezes
- Guimarães Rosa – 3 vezes
- Monteiro Lobato – 3 vezes
- Mário de Andrade – 3 vezes
- Graciliano Ramos – 3 vezes
- Clarice Lispector – 2 vezes
Obras que todo estudante deve ler:
José de Alencar:
- Senhora – 1875
- O Guarani – 1857
Machado de Assis:
- Memórias Póstumas de Brás Cubas – 1881
- Quincas Borba – 1891
- Dom Casmurro – 1899
Euclides da Cunha:
- Os sertões – 1902
Lima Barreto
- Triste fim de Policarpo Quaresma – 1915
- Clara dos Anjos – 1948
Mário de Andrade
- Macunaíma- 1928
Érico Veríssimo
- O tempo e o vento – 1949
Graciliano Ramos
- Vidas Secas – 1938
Guimarães Rosa
- Grandes Sertões Veredas – 1956
- Sagarana – 1946
Clarice Lispector
- Laços de Família – 1960
- A Hora da Estrela – 1970
Estrutura de um poema
Outro ponto fundamental que deve ser revisado, segundo o professor, é a estrutura de um poema. Os principais elementos que compõem um poema são o verso, a métrica, a estrofe, a rima e o ritmo.
“Em primeiro lugar um poema precisa do verso, cada linha poemática e essa linha são curtas, se for longo vira prosa. As tracionais precisam ter rima, métrica. Já a prosa é uma linha cheia e plena”, explica Antonio Vanderlei.
#GABARITEI: EDIÇÃO ENEM 2023 – O Jornal Midiamax traz, na contagem regressiva para o Enem 2023, um guia de sobrevivência para que candidatos ao principal vestibular do país se deem bem nas matérias e temas prováveis de cair na prova. São 13 produções, assinadas pelos núcleos de Jornalismo do Cotidiano e de Jornalismo Multimídia da Central de Jornalismo do Midiamax, que vão orientar candidatos a terem o melhor rendimento nesta final. Confira toda a série clicando AQUI.
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