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Cotidiano

Com passagem a R$ 4,65, usuários reclamam: ‘Investimento muito baixo para uma passagem tão alta’

Passagem de ônibus aumentou R$ 0,25 ao mesmo tempo que consórcio recebeu isenção de imposto e subsídios milionários do poder público
Ranziel Oliveira, Fábio Oruê -
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passagem ônibus
(Foto: Nathalia Alcântara/ Jornal Midiamax)

A passagem do transporte coletivo passam a pagar R$ 4,65 a partir de 1º de março, em Campo Grande. O aumento, anunciado nesta terça-feira (14), trouxe à tona, novamente, o desgosto com o serviço dos coletivos prestado na Capital.

“É um investimento muito baixo para uma passagem tão alta. O Consórcio Guaicurus sempre pensa em aumentar, mas não pensa em investir na qualidade do serviço”, opina o professor de inglês Anderson Gomes Barbosa, de 31 anos.

Para ele, o aumento de R$ 0,25 é pequeno, porém, o preço atual da passagem (R$ 4,40) já é caro. “Já visitei São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e aqui é uma das tarifas mais caras e um transporte muito difícil de usar. A frota não comporta tanta gente”, diz ao Jornal Midiamax.

Usuária do transporte coletivo diariamente, a frentista Stefani Duarte, de 30 anos, pensa que o aumento no valor não reflete o serviço prestado. “Nem um pouco. Os ônibus são cheios e demorados, o serviço deixa a desejar em muita coisa. É superlotado”, relata.

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Anderson e Stefani são usuários do transporte coletivo (Fotos: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Passagem a R$ 5,80

Em janeiro deste ano, reunião técnica do Conselho de Regulação aprovou aumento da tarifa técnica do transporte coletivo de Campo Grande para R$ 5,80. Esse é o valor que o Consórcio Guaicurus irá receber por passagem. No entanto, devido aos subsídios repassados pelo poder público, o valor pago pelo usuário é menor.

“Os ônibus faltam cair os pedaços. Estão horríveis; ainda mais em dias de chuva: chove mais dentro do que fora. Eu sou de Belém do Pará e o de lá dá 10 vezes melhor que esse daqui. É uma vergonha”, conta a doméstica Dione Helen, de 27 anos.

“Eu utilizo o ônibus de segunda à sábado para ir e voltar do trabalho. É uma porcaria”, desabafa a moradora de Campo Grande. Para o agente de segurança André Luiz Olmedo, de 53 anos, sempre acaba sobrando para a população.

“Não tem justificativa [esse aumento]. É um serviço de má qualidade e uma frota velha. No horário de pico você passa sufoco com ônibus cheio, mas o aumento sobre para a população”, opina ele à reportagem.

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André Luiz e Dione (Fotos: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Câmara aprova isenção de R$ 10 milhões ao Consórcio Guaicurus

Com 27 votos favoráveis e um contrário, os vereadores de Campo Grande aprovaram a isenção do ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) para 2023 ao Consórcio Guaicurus.

Assim, muitos justificaram o voto afirmando que se não fosse dada a isenção, o valor do passe de ônibus pode sair ainda mais caro para a população. Marcos Tabosa (PDT), que votou contra, disse que o Consórcio não merece mais um ano de isenção, já que ao longo do contrato não apresentou as melhorias necessárias para receber o benefício.

“É ponto sem cobertura, pessoa entrando no ônibus e sem saber se vai chegar porque está tudo caindo”, ressaltou. No projeto encaminhado pela Prefeitura de Campo Grande, consta a informação de que ‘haverá necessidade de repassar ao usuário os custos de uma futura revisão tarifária’, caso a proposta não seja aprovada.

De acordo com o projeto encaminhado, serão renunciados R$ 10.869.409,44 em 2023. Há ainda a previsão das renúncias para 2024 (R$ 11.793.309,24) e para 2025 (R$ 12.854.707,07) em recursos.

Além da isenção do ISSQN concedido pelo Executivo Municipal e do repasse de R$ 10 milhões do Governo Estadual, o Consórcio Guaicurus recebe R$ 1 milhão por mês da Prefeitura de Campo Grande.

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