“Nossos imóveis estão desvalorizados pela calamidade. Muitos vizinhos já abandonaram o bairro, preferiram ir embora”. O relato é da professora Marysuze Coelho Brandão Fraulob, que mora há 20 anos na Rua 55, no bairro Nova Campo Grande. Após as chuvas do fim de semana, ainda nesta terça-feira (15), as ruas da região estão com lama e poças de água.
Marysuze conta que a situação piorou nos últimos meses por conta das obras de asfalto em algumas ruas, que foram paralisadas devido à chuva. “Muitas vezes não temos como sair com nossos automóveis. O pior é que tivemos casos que nem Uber aceitou fazer a corrida pelas condições das ruas”.
“O caminhão de coleta de lixo também ficou atolado recentemente na lama. Os moradores temem que ninguém queira morar na região pela atual situação. O mato está tomando conta do bairro (terrenos abandonados), pois ninguém quer investir nos cuidados. A sensação é de que não compensa”, lamenta.
Em um dos vídeos gravados pela docente, ela relata o desespero de ver a rua totalmente alagada, no domingo (13). “Eu não tenho esperança”. As vias estão interditadas para evitar acidentes, mas sinalizadas apenas com fitas de segurança e madeiras. Um barranco foi aberto pela equipe de obras.
A massoterapeuta Lygia Cardoso está no bairro há 21 anos, além de ter morado na infância. Ela diz que a revolta é por anos de bairro ‘abandonado', com vários problemas de infraestrutura, em ruas já asfaltadas, em menos de um ano, buracos começaram a surgir e atrapalhar quem passa.
“Nosso problema agora é ruas que as empreiteiras começam e não terminam, caso na rua 49, fura um buraco hoje, não termina e fica aquele lamaçal. Asfaltam duas ou três vezes no mesmo lugar por alguma falta de orientação, caso da Avenida 9 e 10, já furaram muito. Na Rua 55 não tem esgoto e todos os moradores estão sendo cobrados”, questiona.
Kelliy Morais Paim se arrisca a sair com o carro para não faltar ao trabalho e levar o filho para escola, entretanto, o veículo nunca está limpo por conta da lama. “Saio correndo (com o carro), mas com risco de atolar. Meu filho chega ‘embarrado' (cheio de lama nos sapatos)”.
A Prefeitura Municipal informou que equipes da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) foram para o bairro e trabalham na recuperação dos pontos críticos.
Confira o vídeo: