Venda de máscaras cai até 50% após o fim da obrigatoriedade em Campo Grande

Decreto com as novas regras foi publicado há uma semana

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Atualmente, caixa com 50 máscaras pode ser encontrada por até R$25,00 (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

A prefeitura de Campo Grande retirou o uso obrigatório das máscaras contra a Covid-19 em ambientes fechados — com exceção do transporte coletivo, rodoviário e unidades de saúde — na última terça-feira (22). Uma semana depois da publicação do decreto, a procura pelo EPI (Equipamento de Proteção Individual) já caiu até 50%, seja no trabalho informal ou comércio especializado.

Vivendo do movimento das ruas há cerca de 15 anos, o vendedor ambulante Gilvan dos Santos, de 52 anos, sentiu as vendas caírem consideravelmente nos últimos dias. “Caiu bastante, mas a pessoa que pega ônibus ainda compra. Antes [do decreto] eu estava vendendo umas 20 por dia. Na sexta, vendi só três”, explicou.

Vendendo cintos, meias e outros artigos, o comerciante já espera ter que investir em outros produtos, mas enxerga a notícia com bons olhos. “Não ligo em parar de vender máscara, o importante é a doença ir embora”, comentou.  No local, a unidade do EPI era vendida entre R$ 5,00 e R$ 10,00.

No centro, máscaras são encontradas por até R$ 5,00 (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

Das ruas da Capital para as gôndolas da farmácia, a queda na demanda pelo protetor facial também foi sentida pela farmacêutica Heminy Gonçales Chokr, de 33 anos. “A procura [na farmácia] diminui em 50%. As pessoas já estão frequentando os lugares sem a máscara”, disse ela.

A profissional traçou um paralelo com outros períodos e o preço do produto. “Direto acabava ou ficava em falta porque não conseguimos atender a procura. Uma caixa de máscaras descartáveis com 50 unidades já chegou a custar R$ 120,00. Agora está bem em conta porque a procura está menor, você encontra a caixa por R$ 25,00”, disse ela.

Preocupação ainda existe

O reflexo da decisão também ecoou no setor especializado. O sócio-proprietário da Hospimedical Materiais Médicos Hospitalares Ltda, Carlos Mubarack, notou uma queda na procura pelo EPI, mas explicou que a medida não foi aderida por todos. “Reduziu em 50%, mas ainda existe procura. Principalmente de senhores e senhoras, eles ainda ficam preocupados”, explicou.

No seu estabelecimento, os profissionais continuam usando a máscara de proteção. “A maioria dos clientes ainda entra com máscara e nós também continuamos usando, por uma questão de respeito”, explicou. No local, a caixa com 50 máscaras descartáveis é vendida por R$ 32,90.

A decisão municipal

Foi publicado na manhã da terça-feira (22) o decreto municipal que desobriga o uso de máscara em locais fechados em Campo Grande. Conforme o texto, no entanto, alguns locais continuam com a exigência do uso. São eles: ambientes hospitalares e de atendimento à saúde públicos e privados, transporte coletivo e rodoviário.

Além disso, o decreto recomenda o uso para pessoas com comorbidades (cardiopatias, diabetes, imunossuprimidos, oncológicos, com obesidade mórbida, etc.), pessoas com sintomas respiratórios e em instituições de longa permanência de idosos.

Para tal decisão, o município considerou a redução expressiva do número de casos graves confirmados de Covid-19, no município de Campo Grande, e a queda da taxa de internação, a redução na procura de testes diagnósticos por pacientes sintomáticos respiratórios na Rede Municipal de Saúde, além das coberturas vacinais que atingiram em 21 de março de 2022, 84,40% da população total com a primeira dose, 73,72% da população com esquema primário completo (duas doses ou dose única) e 38,49% da população com 18 anos ou mais com dose de reforço.

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