Moradores da Rua Ganso, na região do Indubrasil, em , fecharam a via e queimaram troncos para impedir que caminhoneiros passem pelo local, nesta terça-feira (5). Os caminhões usaram a via como rota de da do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

Por ser uma rua ainda sem asfalto, a poeira toma conta da região, já que o tráfico de veículos pesados é grande. “Em 1 hora eu contei 26 carretas. Ninguém aguenta. Mais de 100 carretas por dia”, disse o motorista e morador da Vila Entroncamento, Mateus Pereira, de 28 anos.

Na rua funciona uma escola, com alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, que correm perigo nos horários de maior movimento. Outro problema já enfrentado pela população local foi um dano que um veículos fez em um poste de .

“Na semana passada 52 casas ficaram sem energia por 4 dias após um caminhão danificar o poste e os fios de energia”, contou Mateus.

Moradores fecharam a rua, que serve como rota de fuga (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

“24 horas limpando a casa”

Outra moradora, a depiladora Luciana de Oliveira, de 42 anos, já entrou em contato com vários órgãos e instituições públicas, com prefeitura, Polícia Federal e Polícia Militar, para tentar sanar o problemas, que já dura meses. “É 24 horas limpando a casa. Não aguento mais”, disse, revoltada.

Conforme o empresário Pablo Cristaldo, de 35 anos e que tem uma mercado na vila, o na rota de fuga acontece entre 7h e 17h, todos os dias. “Não para nada limpo. Tem que ficar pintando aqui [por conta do encardido]. A hora que passa caminhão aqui levanta poeira e suja tudo”, relatou à reportagem.

Moradores já fizeram até abaixo-assinado, entregue a prefeitura, mas até o momento, nenhuma providência foi tomada, o que motivou a manifestação desta terça.

(Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Fuga da fiscalização

Conforme apurado pela reportagem com os moradores no local, as carretas que transitam ali são, em sua maioria, de mineiros e calcário. “Eu falei com um caminhoneiro e ele disse que a balança [do Dnit] está com 1,5 mil e 2 mil de diferença”, contou o morador, que preferiu não se identificar.

O homem relatou que a pesagem, que fiscaliza o peso das carretas que circulam pelas rodovias, era feita no posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em Terenos. Porém, a fiscalização atualmente está acontecendo no Indubrasil. Por conta disso, os caminhoneiros usam a Rua Ganso como rota de fuga.

“Eles sabem que está acima do peso. Por isso acabam desviam e entram no bairro, causando todo o transtorno”, relatou. A poeira se junta ao cheiro dos curtumes, acumulando problemas para os moradores da região.