‘Preocupante’: Dia D tem resultado abaixo do esperado e só 31% vacinaram contra Poliomielite

Cobertura vacinal na Capital é de duas vezes menos que o índice mínimo estabelecido

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Profissional da saúde pinga gotinhas da vacina de poliomielite na boca de criança. (Foto: PMCG)

Mesmo com mutirão no fim de semana, Dia D de vacinação contra a Poliomielite imunizou pouco mais de 300 crianças contra a doença, índice abaixo do esperado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande, que segue em alerta por conta da baixa adesão. 

“No segundo Dia D, realizado no último sábado (22), foram aplicadas apenas 308 doses, o que, novamente, preocupa a Sesau, uma vez que se tem percebido uma baixa procura pelo imunizante”, informou a Secretaria. 

De acordo com o município, desde o início da campanha de vacinação somente 31% do público-alvo foi imunizado na Capital, percentual duas vezes menor que a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que preconiza pelo menos 90% das crianças de 1 a 4 anos vacinadas. Hoje, Campo Grande lidera a lista dos municípios que menos vacinaram contra  poliomielite.

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou que, em Mato Grosso do Sul, o índice de cobertura vacinal da Polio é de 68%.

Dia D

No sábado (22), a Prefeitura da Capital deixou 12 unidades básicas de saúde em plantão para aplicação da vacina. A mobilização ocorreu em alusão ao Dia Mundial de Combate à Poliomielite, no dia 24 de outubro. 

Na ocasião, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, afirmou que, além de proporcionar o acesso com a abertura de um número maior de unidades nas sete regiões, o Dia D tinha como objetivo chamar a atenção da sociedade para a importância da vacinação, sobretudo da poliomielite, em razão do risco de reintrodução da doença diante do baixo índice de cobertura vacinal.

“É preciso que os pais e responsáveis tenham consciência da necessidade de manter o calendário vacinal das crianças em dia. A poliomielite, por exemplo, é uma doença muito séria que causa sequelas irreversíveis”, destacou.

Vacina

A vacina contra poliomielite protege crianças da doença que ficou popularmente conhecida como Paralisia Infantil, e há mais de 30 anos não há novos casos registrados no Brasil. Contudo, a decisão de uma nova campanha partiu do princípio de o vírus ainda estar circulante em alguns países e haver casos novos em locais onde não se tinha mais registro da doença, como é o caso dos Estados Unidos, que confirmou o diagnóstico em um adulto não vacinado em julho.

Em Campo Grande, no ano de 2022, foram notificados quatro casos suspeitos de paralisia flácida aguda. Sendo dois casos residentes em Campo Grande e os demais dos municípios de Ponta Porã e Três Lagoas. Todos os casos foram analisados e descartados.

Proteção

A única forma de evitar a paralisia infantil é a vacinação de todas as crianças até os 4 anos de idade. No Brasil, são utilizadas duas vacinas: inativada poliomielite (VIP) e oral de poliomielite (VOP).

Consiste na administração de três doses de VIP, aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo preconizado de 60 dias entre as doses, sendo o intervalo mínimo de 30 dias.

Devem ainda ser administradas duas doses de reforço com VOP, a primeira aos 15 meses e a segunda aos 4 anos de idade e em todas as campanhas de vacinação realizadas antes da criança completar 5 anos.

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