No feriado de Proclamação da República, manifestantes pedem intervenção federal em frente ao CMO
Manifestação chega ao 16º dia em Campo Grande com churrasco e caminhões estacionados
Mariane Chianezi –
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As manifestações dos campo-grandenses insatisfeitos com os resultados das eleições presidenciais chegaram, nesta terça-feira (15), feriado de Proclamação da República, no 16º dia. O protesto segue concentrado na Avenida Duque de Caxias, em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste).
O protesto na avenida segue sem congestionamento, com caminhões estacionados e churrasco para o almoço. Os veículos estão estacionados em uma das faixas da Duque de Caxias, fazendo com que duas das faixas fiquem livres para trânsito.
Decisão do STF obriga desobstrução de vias públicas
Na sexta-feira (11), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, estendeu para todo o País a determinação para liberar vias públicas que estejam bloqueadas por manifestantes. As polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar devem tomar as medidas necessárias para dispersar o público.
Moraes ressaltou que fatos trazidos aos autos por órgãos de segurança pública realçam a razão das determinações. Segundo ele, a persistência dos atos em todo país recomenda a extensão da decisão cautelar “a quaisquer fatos dessa natureza em curso em todo o território nacional”.
Ele determinou, ainda, a identificação dos veículos utilizados para bloquear as vias, para que possam ser aplicadas multas de R$ 100 mil por hora aos proprietários, e das empresas e pessoas que descumprirem a decisão mediante apoio logístico e financeiro aos manifestantes.
Proclamação da República
Embora tenha sido conduzida pelo movimento republicano, com representantes como Quintino Bocaiuva, Benjamin Constant, José do Patrocínio, entre outros, a Proclamação da República representou, sobretudo, o enfraquecimento da monarquia.
A crise do Império foi marcada por três questões que abalaram a relação do Império com suas principais fontes de sustentação política: a questão religiosa, a questão abolicionista e a questão militar, agravada com a Guerra do Paraguai pelo desgaste político com a grande baixa de brasileiros combatentes
Ao mesmo tempo, os militares saíram como heróis pelos esforços empreendidos nos conflitos, o que os projetou politicamente em um ambiente já instável.
Esse passo foi primordial para que os republicanos, que tentavam insistentemente divulgar suas ideias pelo Brasil, mas não obtinham êxito, conseguissem apoio. Então, chegaram à conclusão de que um golpe militar era a melhor estratégia para implantar o sistema republicano no país. Mas, para isso, precisavam do apoio de um líder militar reconhecido, e, assim, foram em busca do apoio de Marechal Deodoro da Fonseca.
Deodoro era defensor da monarquia e amigo do imperador; dessa forma, conseguir seu apoio não seria uma tarefa fácil. Mas, com muita insistência, ele aceitou liderar o movimento militar. Porém, sua ideia era apenas derrubar o chefe do gabinete imperial, Visconde de Ouro Preto.
No entanto, um dia antes da proclamação, surgiu um boato de que o governo havia ordenado a prisão do marechal Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant, outro líder do movimento — além do boato de que Dom Pedro II havia nomeado Silveira Martins, velho rival de Deodoro, como primeiro-ministro.
Assim, no dia 15 de novembro de 1889, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, quem proclamou a República do Brasil foi Marechal Deodoro da Fonseca. No mesmo dia foi instaurado o governo provisório e Deodoro se tornou o primeiro presidente do Brasil.
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