Com ajuda de professora de reforço, douradense de 9 anos vira escritor
O livro ‘As aventuras de Mário ‘ nasceu a partir das conversas e das produções de Rian durante as aulas
Marcos Morandi –
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Após Aline Faustino, de 40 anos, mãe do pequeno Rian Victorio Onishi, perceber que ele estava com dificuldades de concentração nas atividades da escola, principalmente de leitura e escrita, a solução veio das mãos de Andréia de Oliveira, uma professora de reforço. Com a ajuda dela, a ele superou o problema e ainda se tornou escritor aos 9 anos de idade.
“Quando ele deixou de fazer muitas atividades de interpretação de texto que eram enviadas durante a pandemia e junto com isso começou a falar que não gostava de escrever, queria fazer tudo de forma oral, percebi que alguma coisa não estava certa”, conta Aline, ao ressaltar que o primeiro passo foi buscar apoio externo.
Segundo a mãe de Rian, com as aulas de reforço ele começou a entender a importância da escrita, passou a fazer as atividades de uma forma mais leve e copiar o que precisava na escola, quando as aulas retornaram presencialmente após a pandemia. “Acredito que a criança precisa ser entendida, os pais podem buscar alternativas atraentes e que façam a criança se interessar. Críticas e brigas podem causar um bloqueio maior”, aconselha Aline.
“Quando a mãe do Rian (a Aline) me procurou eu não imaginava que o resultado do trabalho seria esse. No entanto, logo que comecei a ministrar as aulas para ele, percebi que ele tinha muita criatividade e que possivelmente as dificuldades relatadas eram reflexos de um sistema de ensino mais engessado”, explica a professora Andréia.
A professora de reforço explica que começou a propor a Rian que ele escrevesse o que tivesse vontade e, assim, pouco a pouco, a narrativa foi ganhando forma e o livro ‘As aventuras de Mário’, de 16 página e com ilustração de Fernanda Bonelli.
”O Rian é muito crítico, então, ele sempre chegava com novas ideias. O enredo, que fala de garoto que vive na Itália com a família e se depara com um dilema ao não saber se a experiência vivida por ele foi sonho ou realidade, partiu dele. Ele teve todas as ideias. Ali, nada é meu, a não ser o processo de incentivar, fazer algumas perguntas estimulantes e a correção”, conta.
Andréia, que também trabalha com formação de professores há 10 anos explica que priorizo o texto literário, tanto o verbal quanto o não verbal e a partir da leitura utilizo de diferentes estratégias de leituras, como, por exemplo, a contextualização, a inferência, o diálogo acerca das impressões individuais ou coletivas.
“Quando mediamos, nem sempre, o aluno irá se expressar acerca do que fora lido e tudo bem. Sou contra o didatismo que erroneamente é utilizado em muitos sistemas de ensino, ou seja, usar a literatura como pretexto para ensinar o conteúdo específico”, detalha Andreia, ressaltando que a experiência com Rian foi avassaladora.
Animada pelos resultados obtidos pelas aulas de reforço do Instituto Travessia, criado pela professora Andréia, a mãe de Rian, Aline, conta que o filho já está em outra fase. “Ele corre pelo parque junto e segura na mão do irmão para atravessar a rua. Gosta de andar de bicicleta, brincadeiras de rua com os primos e amigos, sabe jogar betes na rua apreciando e nomeando as estrelas e constelações no céu. É um grande companheiro de viagem”, revela.
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