‘Alívio’, dizem vizinhos após resgate de animais em ONG acusada de maus-tratos
Proprietária e duas filhas anunciaram que vão fechar as portas após serem autuadas por maus-tratos
Clayton Neves, Danielle Errobidarte –
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Na manhã desta quinta-feira (8) a casa onde funcionava uma ONG (Organização Não-Governamental) no Bairro Novos Estados, amanheceu de portas fechadas e sem movimentação. Para os vizinhos, a tranquilidade era esperada há dois anos, quando as primeiras tentativas de diálogo com a proprietária foram feitas, antes dela ser autuada por maus-tratos nessa quarta-feira (7). Ao todo, 55 animais foram retirados do local.
O último resquício de que no local viviam 40 cachorros e 15 gatos em condições insalubres foi um pote com ração e água em cima do muro, deixado após os policiais da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) e fiscais do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e da Vigilância Sanitária vistoriarem o imóvel. Segundo vizinhos, a proprietária e as duas filhas chegaram a ter 128 cachorros e gatos no local.
A situação de insalubridade encontrada durante cumprimento de mandado de busca ontem (7) teria começado em 2016 e se multiplicado com a falta de manutenção, principalmente da piscina da casa. “Ninguém suportava mais o cheiro! Os coitados dos cachorros viviam no lixo e bebiam água podre daquela piscina”, disse um morador, que preferiu não se identificar.
Ainda segundo os vizinhos, eles não conseguiam ficar nas áreas comuns de suas próprias casas, como quintal e varanda, devido ao mau cheiro vindo da ONG. Eles afirmam já terem feito contato com a proprietária há dois anos, e feito abaixo assinado, mas a situação não foi resolvida.
Em relação à nota de esclarecimento postada pela ONG, os vizinhos afirmam que diversos comentários criticavam a denúncia, mas os moradores ao redor do imóvel conviviam com o mau cheiro diariamente. “Eles comentam isso porque não sabem o que já passamos. Por que não vêm morar aqui então?”, questiona outro morador, que pediu para não ser identificado.
Os vizinhos afirmam que, após a saída da mãe e das filhas da residência, o local foi limpo e uma caçamba colocada para retirar os lixos de lá. “A água que saiu era de carniça e foi escorrendo pela rua. Esperamos que eles estejam proibidos de pegar mais animais”, afirma a vizinha.
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