Hospital do Exército entra em colapso com 157% de ocupação nas UTIs em Campo Grande
Hospital Militar de Campo Grande não divulgou dados hospitalares conforme medida determinada pelo ministro do TCU
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O avanço da pandemia e o colapso da Saúde chegaram até o Exército Militar de Mato Grosso do Sul. Dados obtidos pela reportagem revelam que nesta semana o Hospital Militar da Área de Campo Grande atingiu 157% de superlotação em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19.
Dessa forma, são 31 pacientes hospitalizados em leitos militares de Campo Grande. No entanto, 11 deles são atendidos além da capacidade.
O Jornal Midiamax teve acesso ao relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que contém a relação da ocupação de leitos dos hospitais militares do Brasil. Desde o início da pandemia, os dados das internações militares não haviam sido divulgados no Estado.
O documento atualizado na última terça-feira (6) aponta que existem 20 leitos de UTI no Hospital Militar da Área de Campo Grande. Sendo que destes, 18 são Covid-19 e dois não Covid-19.
Entretanto, 13 desses são emergenciais. Ou seja, são leitos que excedem a estrutura física, pessoas e material para atender a situação de emergência. Então, o relatório explica que estas UTIs foram abertas de forma adaptada em salas de recuperação, anestésica, quartos privativos e leitos de emergência.
Além disto, existem 78% de ocupação em leitos clínicos do Hospital Militar da Capital. Dos 49 leitos existentes, 16 são Covid-19 e 33 não Covid-19. Entretanto, nove dessas instalações são emergenciais.
Então, em leitos clínicos do Exército atendem 38 pessoas. Assim, 11 vagas seguem disponíveis para atender os militares. Apesar das vagas, a situação foi classificada como “colapso iminente” no documento.
A Força Aérea de Campo Grande não divulgou dados sobre os leitos exclusivos para beneficiários do Sistema de Saúde da Aeronáutica. A última atualização do levantamento, consultada pelo Jornal Midiamax, foi desta quarta-feira (7).
Medida cautelar
Para apurar possíveis irregularidades na disponibilização de leitos no Ministério da Defesa, o ministro do TCU, Benjamin Zymler, encaminhou uma medida cautelar para que dados das instalações hospitalares militares sejam divulgados. De acordo com o documento, de 17 de março, havia suspeita de fraude nos Comandos da Aeronáutica, Exército e da Marinha.
As dúvidas são “relacionadas com a não disponibilização ao público civil de leitos disponíveis em unidades militares de saúde durante o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus”.
Assim, os Comandos tiveram cinco dias para iniciar a divulgação do “quantitativo total de leitos clínicos e de UTI, bem como a taxa de ocupação de cada um, e destacando entre ambos aqueles dedicados ao tratamento da Covid-19 e os de atendimento geral”. De acordo com a medida, os dados devem estar disponíveis na internet para acesso livre da população.
O Jornal Midiamax não encontrou as informações do Hospital Militar da Área de Campo Grande em fácil acesso. No entanto, os dados deveriam estar disponíveis no “sítio eletrônico de suas organizações de saúde na internet”.
Por fim, a reportagem solicitou explicação ou endereço de onde estão publicados os dados. Porém, a comunicação da 9ª Região Militar do Exército Brasileiro, responsável pela instalação hospitalar, ainda não respondeu até a publicação deste material. O espaço segue aberto para posicionamentos.
Vacinação
Em Mato Grosso do Sul, profissionais da Segurança Pública já começaram a receber a vacina contra a Covid-19 no último sábado (3). No entanto, integrantes do Exército não estão inclusos na lista de vacinação.
Serão imunizados na primeira fase: Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Agepen, Coordenadoria-Geral de Perícias, agentes socioeducadores, que trabalham nas Unei (Unidades Educacionais e Internação), agentes de trânsito do Departamento Estadual de Trânsito e servidores da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública).
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