O setor de alimentação foi um dos mais atingidos pela do novo (Covid-19), sendo forçado a adotar transformações na forma de se relacionar e –sem trocadilho– bem-servir os clientes. Da proibição ao atendimento presencial e incentivo ao delivery, bares e restaurantes permaneceram meses sem nem mesmo receber clientes, quanto mais recorrer a um sistema favorito de muitos: o self-service.

Este, até agora, segue com regras duras, como o uso de proteção pelos clientes e lotação máxima de 40%, algo que nem sempre é seguido pelos estabelecimentos. Relatos que chegaram ao Jornal Midiamax citam estabelecimentos que ignoram as regras, permitindo o livre acesso à comida sem o uso de luvas ou até das máscaras de proteção facial. Um risco não só de Saúde, mas legal para quem é do ramo, já que a conduta pode ser enquadrada no Código Penal.

Também chamado de “bandejão”, o self-service permite ao cliente ver bem de perto o que deseja colocar no seu prato, algo que, antes mesmo de o coronavírus literalmente instituir barreiras entre consumidor e alimento, já deixava muita gente atenta antes de “abastecer”.

Foi essa proximidade, aliada às incertezas sobre como se dá a contaminação pelo vírus, que levaram as autoridades de Saúde a suspenderem o sistema, que só voltou a ser utilizado em após 25 de junho de 2020, com novidades.

Os estabelecimentos deveriam proibir o contato direto entre consumidor e produto, deslocando um funcionário para ser o responsável por servir os pratos na fila do bandejão ou fornecer luvas descartáveis para pegar a comida, a serem descartadas posteriormente. Também é exigido uso de máscara, distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os consumidores, distância entre mesas e limitação de clientes em cada e o fornecimento de sanitizantes (água e sabão ou álcool em gel).

Relatos que chegaram à reportagem, no entanto, mostram que a exigência não é cumprida em todos os locais. Cliente de um estabelecimento na região do Jardim Leblon, por exemplo, disse ter flagrado pessoas enchendo os pratos sem o uso de luvas ou de máscara –conduta repetida (ou propagada) por funcionários, que transformavam o item em “indumentária para embelezar queixo e pescoço”, ironizou.

Em outros locais, a reclamação era sobre a falta de luvas descartáveis antes de pegar pinças, conchas e colheres utilizadas para colocar a comida nos pratos.

As exigências foram estabelecidas na Resolução Conjunta 07 Sesau/Semadur (Secretaria Municipal de Saúde/Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), de 25 de junho de 2020. Por sua vez, o dispositivo alterou a Resolução 05, dos dois órgãos, datada de abril e que teve mantida a previsão de responsabilização de quem não seguir à risca as orientações de enfrentamento à pandemia.

Conforme o último dispositivo, “o descumprimento das medidas desta Resolução acarretará a responsabilização civil, administrativa e penal dos agentes infratores, podendo responder por crimes contra a saúde pública e contra administração pública em geral, tipificados nos artigos 268 e 330, ambos do Código Penal”, estando ainda sujeitos às predefinições do Código Sanitário de Campo Grande.

Além disso, os restaurantes devem seguir a última orientação da Prefeitura de Campo Grande, baixada tendo em vista os eventos de Carnaval: todos os estabelecimentos comerciais devem limitar sua capacidade de público a 40% do total. Em paralelo, reuniões e eventos não podem ter mais de 120 pessoas.

A Prefeitura de Campo Grande, via Semadur, e Guarda Civil Metropolitana, instituiu fiscalização volante pelos comércios da cidade a fim de flagrar essas e outras irregularidades. Denúncias por descumprimento dos decretos e resoluções de combate ao coronavírus podem ser feitas através dos telefones 156 ou 3314-9955 (Ouvidoria).