Com maior lotação nas UTIs Covid-19 do Brasil, Fiocruz pede que MS e Campo Grande prorroguem restrições extremas

Boletim da Fiocruz aponta que MS registrou 106% de superlotação das UTI Covid-19 e Campo Grande marcou 108%

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A proposta foi protocolada na Câmara Municipal nesta quinta-feira (17).
A proposta foi protocolada na Câmara Municipal nesta quinta-feira (17).

Na última semana, Mato Grosso do Sul e Campo Grande registraram as maiores taxas de ocupação nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) Covid-19 do Brasil. Com o levantamento, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) recomenda que as medidas restritivas extremas sejam prorrogadas para frear o avanço do coronavírus.

Assim, em boletim publicado nesta terça-feira (6), MS registrou 106% de superlotação na última semana, o maior índice entre os estados brasileiros. Os dados levantados pela Fundação são referentes a 29 de março até 5 de abril.

Então, Campo Grande marcou o maior índice de superlotação entre as capitais, sendo 108% a ocupação das UTIs Covid-19 para adultos neste período. Além disto, em painel com histórico de lotação dos leitos é possível ver que MS está em estado crítico desde 1º de março.

“Ao longo da última semana epidemiológica houve uma aceleração da transmissão de Covid-19 no Brasil”, afirma a Fiocruz. Assim, a Fundação destaca que a consequência é alto número de mortes causadas pela doença e novas confirmações de casos.

Com o preocupante índice de superlotação no Estado e Capital, a Fiocruz recomenda que sejam mantidas as restrições extremas adotadas nas últimas semanas. “É essencial neste momento a adoção, ou continuidade da adoção, de medidas urgentes, que envolvem a contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos por meio de medidas de bloqueio ou lockdown”.

Estas medidas devem ser acompanhadas de “ampliação da oferta de leitos com qualidade e segurança, bem como prevenção do desabastecimento de medicamentos e insumos”. Assim, devemos ter em mente que o objetivo principal é reduzir a velocidade da propagação. Só assim podemos evitar novos agravamentos, internações e mortes.

Efeitos positivos do ‘fecha tudo’

Nesta terça-feira (6), já mostramos que com o ‘fecha tudo’ de Campo Grande, seguido pelo decreto estadual com restrições, as mortes por Covid-19 caíram 28,3%. Mais do que outros municípios, Campo Grande passou por duas semanas de restrições extremas de circulação e atividades comerciais.

Assim, a cidade teve menos 7% de casos novos da Covid-19, que estabilizaram as infecções e baixaram as mortes causadas pela doença. Nestes 14 dias, Campo Grande teve 144 vítimas fatais do coronavírus.

Em 14 dias anteriores ao início do ‘fecha tudo’, a Capital registrou 201 óbitos causados pela doença. Então, a letalidade da Covid-19 caiu para 3% no município durante as medidas restritivas.

Então, a Fiocruz compartilha do mesmo apontamento, de que as medidas surtem efeitos positivos. No entanto, destaca que a diminuição do número de óbitos e no alívio das demandas hospitalares precisa de tempo, por causa do acúmulo de casos. Assim, a prorrogação de medidas restritivas é a melhor opção para garantir que os resultados sejam efetivos.

Por fim, a Fiocruz lembra que é preciso realizar “ampla testagem, assim como para a aceleração da vacinação, com a compra e ampliação da produção de vacinas”. Além disso, a Fundação destaca que os gestores devem garantir que a “população possa se manter em casa protegida, limitando a circulação de pessoas nas cidades apenas para a execução de atividades verdadeiramente essenciais”.

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