Com dólar alto, bolivianos ‘invadem’ Corumbá e compram de calçados a eletrodomésticos

Em uma rápida volta no Centro de Corumbá – a 440 km de Campo Grande – é possível perceber movimentação além do normal de bolivianos. São carros e pessoas do país vizinho que tomam conta das ruas. Conforme o presidente da Associação Comercial de Corumbá, André Campos, as compras de turistas bolivianos representam até 70% […]

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Em uma rápida volta no Centro de Corumbá – a 440 km de Campo Grande – é possível perceber movimentação além do normal de bolivianos. São carros e pessoas do país vizinho que tomam conta das ruas.

Conforme o presidente da Associação Comercial de Corumbá, André Campos, as compras de turistas bolivianos representam até 70% das vendas, dependendo do segmento. “Eles consomem tudo: restaurantes, hotéis, turismo e comércio em geral como calçados, roupas e até eletrodomésticos”, informou.

Para o presidente da entidade, o movimento de turistas do país vizinho salvou a cidade de uma crise durante a pandemia. “Se você pegar na Junta Comercial a abertura e fechamento de empresas, Corumbá não sentiu tanto o baque. O movimento evitou demissões e estimulou até contratações em alguns setores”, pontuou.

“[Bolivianos] Não tem sido apenas um incremento, mas a mola propulsora da economia de Corumbá neste momento”, diz o presidente da Associação Comercial de Corumbá, André Campos.

Por fim, Campos explica que o dólar é usado na Bolívia quase que como uma moeda paralela à local. “Imagina, um boliviano entra com 1 mil dólares para passar o fim de semana em Corumbá, consegue fazer muita coisa”, finaliza. Atualmente, o dólar é cotado a R$ 5,45, ou seja: um turista que chega com 1 mil dólares pode converter em R$ 5.450.

bolivianos Corumbá
Carros bolivianos tomam conta das ruas de Corumbá. (Foto: ACIC)

Salvação para setor hoteleiro

Se para o comércio a intensa movimentação de bolivianos tem sido importante para gerar vendas, o setor hoteleiro pega carona, afinal, esses turistas precisam se hospedar, não é mesmo?

Eles já representam 50% dos hóspedes no Hostel Dom Alberto, por exemplo. “Meu público é 50/50 [bolivianos e brasileiros]. Nessa pandemia aumentou significativamente o número de hóspedes bolivianos”, conta o proprietário do estabelecimento, Celso César Fernandes.

O proprietário lamenta as perdas do Carnaval, que não ocorrerá em fevereiro – e, sim, em julho. “Minha hospedagem fica em frente à avenida que acontece o Carnaval, então, sempre tive um mês excepcional, mas eu acredito que o movimento dos bolivianos vai continuar durante todo o mês”, pontuou.

No Nacional Palace a situação é parecida. Por causa da pandemia, o hotel enfrentou dificuldades: precisou demitir cerca de 20% do quadro de funcionários e desativou uma das três torres.

Corumbá Bolivianos
No Nacional Palace, parte dos hóspedes é de nacionalidade boliviana. (Foto: Reprodução)

“O que está surpreendendo é a vinda dos bolivianos, pois o turismo de contemplação que havia antes está bem parado. Os bolivianos estão bem ativos tanto no comércio quanto na rede hoteleira. Eles vêm fazer compras, devido ao fato da moeda deles estar valorizada, então, fica muito em conta fazer compras”, disse a assessora administrativa, Marilange Fontes de Rosa.

Ainda conforme a funcionária, o retorno do turismo depende do avanço na vacinação para Covid-19. “Nosso público de turismo é um público com idade mais avançada, não temos público jovem. Então, a questão da vacina é muito importante para poder gerar uma expectativa a partir do 2º semestre”, finaliza Marilange.

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