VÍDEO: Incêndios no Pantanal consumiram pelo menos 100 mil hectares desde março

Dois aviões Air Tractor do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e do Distrito Federal e um helicóptero da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul auxiliam as equipes de Corumbá, no combate aos focos de queimadas no Pantanal. Estima-se que desde março foram consumidos pelo menos 100 mil hectares na região. De acordo com […]

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Dois aviões Air Tractor do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e do Distrito Federal e um helicóptero da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul auxiliam as equipes de Corumbá, no combate aos focos de queimadas no Pantanal. Estima-se que desde março foram consumidos pelo menos 100 mil hectares na região.

De acordo com as informações oficiais, os focos estão concentrados no Parque Nacional do Pantanal, entre os municípios de Corumbá (MS) e Poconé (MT), além da região da Baia Vermelha, próximo à fronteira com a Bolívia.

Além das três aeronaves a força-tarefa conta com 37 bombeiros e brigadistas para o trabalho de combate às chamas. Mas o forte calor e o baixo índice de chuvas na região, junto com a previsão de tempo seco são fatores que ajudam na ocorrência de novos focos.

Conforme o tenente-coronel Ângelo Rabelo, é possível que incêndio tenha origem em um crime ambiental. “Não há combustão espontânea, o fogo surgiu próximo a acampamentos de pescadores profissionais, em áreas de roças na margem dos rios e também na limpeza de campos em fazendas”, informou o tenente-coronel Ângelo Rabelo, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).

A ong coordena a Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar e iniciou o combate às queimadas com apoio da Marinha, Ibama, PMA (Polícia Ambiental) e ICMbio.

Desafio

Os dois Air Tractors decolaram às 9h30 desta quarta-feira (22) do aeroporto internacional de Corumbá, até a Fazenda Santa Tereza, onde está a base operacional da força-tarefa.

Segundo o tenente-coronel bombeiro Waldemir Moreira Junior, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros de MS, as dificuldades de acesso aos focos exigirão um esforço muito grande no combate ao fogo.

“O problema é como chegar a água e o combustível para as aeronaves a uma distância de 150 km de Corumbá. Os aviões terão que retornar à cidade para abastecer duas vezes ao dia”, informou.

Moreira adiantou que a prioridade da ação coordenada por meio da  Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), é a área privada, onde se concentram unidades de conservação.

A Fazenda Santa Tereza tem pista de pouso e montou um reservatório com 10 mil litros de água para abastecer as aeronaves. A Fazenda Jatobazinho, do mesmo grupo, alojará os bombeiros.

VÍDEO: Incêndios no Pantanal consumiram pelo menos 100 mil hectares desde março
Fogo na margem do Rio Paraguai, em março: IHP aponta crime ambiental, a ser investigado pela Polícia Ambiental. (Divulgação | IHP)

Capacidade limitada

O tenente-coronel disse que os Air Tractor deverão operar com capacidade limitada de água devido às dimensões das pistas de pouso. “Para carregar 3.200 litros necessitam decolar com 1.500 metros, mas as pistas não chegam a mil metros”, explicou.

Dez bombeiros, das unidades de Jardim e Aquidauana, foram de barco para a Jatobazinho, e serão deslocados para a área dos focos pelo helicóptero da PM/MS, que chega na região à tarde.

“Fizemos um primeiro sobrevoo na área e constatamos que o fogo no Parque Nacional do Pantanal tende a se extinguir, pois avança para áreas mais úmidas, que são aceiros naturais. Assim, vamos nos concentrar nos focos mais a Nordeste de Corumbá, sincronizando as operações aéreas com os combates por terra”, adiantou Moreira.

Ainda na terça-feira (21), os aviões fizeram lançamentos de água em focos reincidentes em frente a cidade de Corumbá. A operação no Pantanal não tem data para conclusão e exige monitoramento constante para garantir a extinção dos focos.

Somente em abril o número de focos de queimadas no município é superior a três mil, 40% a mais se comparado ao mesmo período em 2019. Volume recorde em onze anos, e as condições climáticas devem se manter com temperaturas elevadas e sem chuva.

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