Sindicato pede a entregadores e empresas cuidados contra coronavírus
A pandemia de coronavírus (Covid-19) e a consequente quarentena decretada por Campo Grande e vários outros municípios e Estados, gerou, de um lado, preocupação em relação à sobrevivência de pequenos negócios e, por outro, impulsionou o delivery, uma das atividades que cresce em todo o mundo –empurrada principalmente pelos aplicativos. No Estado, o Sinpromes/MS (o […]
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A pandemia de coronavírus (Covid-19) e a consequente quarentena decretada por Campo Grande e vários outros municípios e Estados, gerou, de um lado, preocupação em relação à sobrevivência de pequenos negócios e, por outro, impulsionou o delivery, uma das atividades que cresce em todo o mundo –empurrada principalmente pelos aplicativos. No Estado, o Sinpromes/MS (o sindicato dos trabalhadores em entregas, sejam de moto ou não) estima haver 6 mil trabalhadores atuantes, metade deles na Capital.
O problema é que, com o avanço da atividade, também surgem preocupações quanto a atuação dos profissionais de entregas. Luis Carlos Escobar, presidente do sindicato, alerta para a importância desses profissionais se protegerem contra o novo coronavírus, tanto para preservarem sua saúde como para não disseminarem as doenças.
“Temos discutido com os trabalhadores no sentido de que, se eles vão à rua, que pelo menos se previnam. Coloquem máscaras e usem desinfetantes. Isso porque, agora, a maior parte dos trabalhadores que se propõem a trabalhar em entregas são totalmente informais”, disse Escobar.
O Sinpromes, continuou ele, já recebeu denúncias de empresas que não estariam disponibilizando os itens de proteção aos trabalhadores de entrega. “Não dão a máscara, não dão o álcool em gel”, afirmou. Da mesma forma, cobradores que também atuam sobre rodas enfrentam problemas para exercer as atividades.
“Eles iam aos prédios e não deixavam entrar, obviamente. Estamos pedindo às empresas para se conscientizarem e deixarem o trabalhador protegido. Isso pode prejudicar a própria empresa, inclusive o patrão. Não são o material, o trabalhador corre para a rua, se sujeitando a se contaminar e a contaminar os demais”, alertou. O sindicato pretende acionar o Ministério Público para que cobre as empresas que se mantiverem operantes quanto a essa preocupação.
Aplicativos
A preocupação é redobrada em relação aos motoristas de aplicativos, já que, perante a Justiça, existem interpretações dúbias quanto ao vínculo entre os profissionais e as empresas. “Já ajuizamos ações e vimos a Justiça entender que não há vínculo empregatício. Mas, em São Paulo e outros Estados, já se entendeu que sim, há essa relação. Estamos na batalha para que essas empresas venham a respeitar o direito deles”.
Segundo Escobar, já houve flagrantes de entregadores atuando sem materiais de proteção. “É perigo, estamos preocupados e pedimos para que eles tomem a mínima proteção”.
Avanço
Segundo levantamentos divulgados pela mídia nacional, os apps de entregas já registraram alta de até 30% no movimento. O percentual foi apresentado pela colombiana Rappi, que atua em 60 cidades, e se refere ao período de janeiro e fevereiro (quando a pandemia ainda não tinha tomado grandes proporções no ocidente), na comparação com os dois últimos meses de 2019. Os destaques são serviços para farmácias, restaurantes e supermercados.
Já o iFood e a Uber Eats, conhecidos principalmente pelo delivery de alimentos, ainda não estimaram o aumento na demanda. Contudo, anteciparam medidas de cuidado com seus colaboradores.
O iFood anunciou um fundo de R$ 1 milhão para colaboradores em quarentena e iniciou testes de entregas sem contato –algo também realizado pela Rappi, que pretende permitir ao entregador deixar o produto na porta e não ter contato físico com os clientes. Os usuários devem orientar a entrega por opção no aplicativo ou no chat com o entregador. A Rappi também informou entregar álcool em gel, desinfetantes e máscaras a colaboradores e criar um fundo para proteger seus parceiros.
A Uber Eats promete prestar assistência financeira por até 14 dias aos motoristas e entregadores parceiros que forem diagnosticados com novo coronavírus ou forem colocados em quarentena.
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