Seca histórica: nível do Rio Paraguai é o mais baixo dos últimos 47 anos em MS
Ele corta o Mato Grosso do Sul e é tão importante que carrega o nome de um país. Estamos falando do Rio Paraguai. O gigante de águas caudalosas está sofrendo com a severa estiagem e registra os níveis mais baixos dos últimos 47 anos. A seca na região hidrográfica do rio foi discutida essa semana […]
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Ele corta o Mato Grosso do Sul e é tão importante que carrega o nome de um país. Estamos falando do Rio Paraguai. O gigante de águas caudalosas está sofrendo com a severa estiagem e registra os níveis mais baixos dos últimos 47 anos. A seca na região hidrográfica do rio foi discutida essa semana em conferência virtual realizada pela ANA (Agência Nacional de Águas).
Na reunião, foram apresentados dados da Embrapa Pantanal, que apontam prejuízos econômicos para pecuária e comunidades ribeirinhas. Desde 2010, o Pantanal registra volumes de chuvas abaixo da média. De acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a precipitação de chuvas neste ano foi abaixo da média histórica. Assim, 2020 registra a pior situação desde 1973. Nos últimos 30 dias, as chuvas também ficaram bem abaixo da média.
Nas apresentações técnicas foi identificada a tendência de que nas próximas semanas ocorra o agravamento da seca na região. Conforme o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), estão previstos 17 mm de chuva nos próximos dias e não há previsão de início da estação chuvosa. O La Niña moderado, que é a condição atual, indica chuva abaixo do normal nos próximos três meses e um pouco acima do normal entre os meses de dezembro e fevereiro.
O gerente de Previsões Hidrológicas da Diretoria de Meteorologia e Hidrologia do Paraguai, Max Pasten, disse que a redução da vazão do rio começou já no início do ano, devido ao déficit de chuvas na região do Pantanal.
O pior é que não há previsão de muitas chuvas para este ano. Por isso, a situação de baixa vazão do rio deve se estender até o final de novembro, segundo Max. Outra consequência desta seca que atinge o país é o aumento dos incêndios florestais.
Impactos ambientais e econômicos
Os impactos dos níveis mínimos do rio Paraguai são acompanhados especialmente em relação à navegação na hidrovia Paraguai-Paraná, que vivencia grande restrição e na captação de água para abastecimento, preocupação para município de Corumbá (MS).
O Paraguai é um país que depende muito da importação. Por não ter saída para o mar, muitos produtos chegam por embarcações pelo Rio Paraguai. Esse tipo de transporte está afetando o preço das importações.
“Em primeiro lugar, o transporte, porque o Rio Paraguai é uma via de transporte de carga e, com estes níveis, a circulação está restrita a certos tipos de embarcação. O volume de transporte diminuiu muito”, explicou.
O custo do transporte por hidrovia aumentou e, com as dificuldades, estão sendo utilizados mais caminhões para o transporte de carga. “Sabemos que o frete terrestre tem um custo muito mais elevado, e isso implica nos custos finais dos produtos importados, que terão um aumento bastante relevante”.
Ilha vulcânica sob o rio
Com a seca histórica do rio Paraguai, os cientistas descobriram uma ilha vulcânica que estava escondida sob as águas, próximo à capital, Assunção.
Então, a ilhota de cerca de 2 hectares fez parte de um vulcão já extinto, informou o geólogo Moisés Gadea, em entrevista à Rádio Universo 970 AM. Ele destacou que a descoberta representa um elemento mais para o patrimônio natural do Paraguai e é um “pequeno grande avanço” sobre o assunto.
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