Procura por oxímetros dispara na pandemia, mas vale a pena investir nele?

A procura por equipamentos que medem a saturação de oxigênio no sangue, os oxímetros, disparou em Campo Grande após a pandemia. Utilizado em hospitais e em pronto-atendimentos, as versões mais simples do equipamento permitem aferir o nível de oxigenação no sangue. O aumento da procura se explica porque um dos sintomas da Covid-19 é justamente […]

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A procura por equipamentos que medem a saturação de oxigênio no sangue, os oxímetros, disparou em Campo Grande após a pandemia. Utilizado em hospitais e em pronto-atendimentos, as versões mais simples do equipamento permitem aferir o nível de oxigenação no sangue. O aumento da procura se explica porque um dos sintomas da Covid-19 é justamente a queda desses indicadores em pacientes do grupo de risco.

O interesse pelo oxímetro é medido até nos mecanismos de busca na internet. O Google, por exemplo, traz que pesquisas pelo item sofreram aumento de 90% em abril e maio, com um pico exponencial, sendo mais procurado nos estados do Amapá, Pará, Amazonas, Rio de Janeiro e Ceará.

Mesmo com os menores indicadores da Covid-19 em relação a todas as capitais, nas lojas de equipamentos hospitalares de Campo Grande, achar um oxímetro é tarefa impossível. Isso porque o item está esgotado e, quando raramente é encontrado, o preço está bem mais alto que o normal. Até mesmo as lojas especializadas relatam dificuldade de encontrar fornecedores.

“A procura aumentou demais, e a gente não tem em estoque. É um produto que tem que ser certificado para dar um resultado confiável então por isso a gente não tem para vender. Não é só aqui, em todo o país o item está em falta e muitos estão importando. Os preços aumentaram demais”, comenta Debora Moreira, vendedora na Omega Med, em Campo Grande.

Em outra loja do segmento, uma pequena quantia de oxímetros foi encomendada no último mês, mas a previsão para entrega será somente em julho. “Não basta comprar pela internet, porque o aparelho tem que ter resultado confiável. Então, estamos com essa grande dificuldade de achá-lo. Depois de muito procurar, encontramos um fornecedor e fizemos pedido mês passado, mas a previsão de entrega é para julho e o preço foi bem mais alto. Quando a gente encontra a pronta-entrega, o preço está mais alto ainda”, comenta Kelly Monfort, da Suprimed.

O preço antigo, antes da pandemia, girava em torno de R$ 130 e R$ 150, a depender do modelo, para revenda. Agora, o equipamento não é adquirido por menos de R$ 300 e dificilmente é encontrado sem ser por sites de importação, como Wish e Ali Express. Até no Mercado Livre, a maioria dos envios é internacional, ou seja, são produtos importados.

Oxímetro para quem?

O médico clínico geral Ronaldo Costa destaca que o aumento da procura do oxímetro, assim como o de demais itens, como termômetros infravermelhos, pode ser reflexo da insegurança causada pela pandemia, já que ele mede os níveis de oxigênio, um dos indicadores que podem antecipar formas graves da Covi-19. Apesar de extremamente útil, a necessidade de ter em casa seria apenas para pacientes com condições clínicas especiais.

“Há indicação de oxímetros domiciliares para pacientes crônicos, com doenças pulmonares e cardiovasculares e circulatórias. No caso da Covid-19, porém, as pessoas devem procurar as unidades de saúde, que devem, todas, estarem abertas pero da casa dos pacientes, e em funcionamento para os cuidados iniciais, onde são necessários os oxímetros”, conclui.

Uma nota da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) também confirma que o item é recomendado para acompanhamento médico de pacientes crônicos. A entidade, no entanto, sugere que o uso domiciliar seja controlado, já que é necessário saber interpretar os indicadores, com base em conhecimentos clínicos.

“Não existe indicação do uso de oxímetro domiciliar em indivíduos sem doenças pulmonares crônicas ou como método de diagnóstico precoce do novo coronavírus”, traz a nota.

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