Primeiro paciente morador de a ser isolado por conta de uma suspeita de coronavírus e passar por todos os procedimentos para diagnosticar uma possível contaminação, Gabriel Santana, de 24 anos criticou a estrutura de saúde para o caso e a forma que trataram uma simples procura por um atestado para esclarecer que não estava infectado. O jovem teve o primeiro exame com resultado negativo para a doença, mas segundo teste que pode descartar totalmente a doença ainda não ficou pronto.

Ao Jornal Midiamax, o sul-mato-grossense conta que após sua chegada na cidade de , no mês passado, buscou um atestado no hospital e conversou com um funcionário que instruiu o rapaz a fazer os procedimentos com o intuito de analisarem se havia outros sintomas característicos da doença, o que não foi comprovado no momento após os primeiros exames.

“Nesse meio tempo que eu estava isolado, os funcionários do hospital começaram a vazar boatos sobre mim e minha viagem, dizendo que eu fui pra China, que eu tinha coronavírus, febre, dores no corpo e que todos os funcionários do hospital ficariam de quarentena também. Um despreparo total. E eu sabendo do que se tratava, que era somente um resfriado, comecei a rir da situação e do despreparo do pessoal, levei a situação como piada”, criticou Gabriel.

O rapaz ressalta que não esteve em contato com ninguém a não ser os médicos que estavam observando seu quadro clínico durante os dias após a sua chegada na cidade. O primeiro teste deu negativo para 8 tipos de vírus, segundo Santana, e que após o exame foi liberado e recebeu alta para que permanecesse em sua casa em observação.

“O despreparo do hospital foi absurdo. Menciono também em Campo Grande de onde saiu um áudio de dois funcionários que trabalham lá afirmando que meu caso era positivo para coronavírus. Tinha virado uma piada total. Tratamento zero. A própria saúde do estado e os funcionários do mesmo causaram pânico na população”, disparou.

Viagem para Tailândia

O rapaz relatou à reportagem que esteve viajando recentemente em Bangkok, na Tailândia e viajou para Pequim para fazer a conexão de volta. Gabriel esteve a todo momento na cidade tailandesa onde a temperatura permanecia perto dos 40° graus. Somente na conexão é que encararam o frio europeu, na .

“Em Pequim não tivemos contato direto com ninguém. Entramos para sala reservada e esperamos nosso próximo voo. De Pequim pousamos na Alemanha e estava 1° ou -2° graus e então entramos no avião. O ar condicionado estava muito forte, então coloquei a máscara de novo para que o ar fosse filtrado pelo menos e não por causa do vírus”, relatou.

Já em solo brasileiro, o jovem enfrentou o calor intenso e não estava se alimentado direito há duas semanas por conta da viagem e no Brasil é que passou a dar sinais de resfriado com nariz escorrendo e garganta raspando, ocasionalmente após a mudança brusca de clima.

Contato com as redes sociais

Tratado como possível primeiro caso de coronavírus no Estado, enfrentando um turbilhão de situação após a rápida explosão de conteúdo que chegou as redes sociais, Gabriel Santana que ficou em posse do seu celular e com a possibilidade de entrar nas redes pessoais, decidiu colocar a sua versão para que a balança fosse pesada e evitar que mais boatos se espalhassem.

“A forma que encontrei de mostrar para os meus amigos que estava bem e que não se tratava de polêmica criada pelo hospital e mídia, foi tratar o caso como piada. Recordo que o caso eu tratei como piada e não a doença e o que ela vem causando no mundo. Apenas fiquei irritado com os boatos e como as pessoas apenas ouvem um lado da história e como ainda se deixam levar”, finalizou.

Apesar do uso das redes sociais, Gabriel comentou que não sofreu retaliação ou foi repreendido pelas palavras ditas, mas notou que houve uma certa irritação por ficar com um celular enquanto estava sendo observado. “Pediram desculpa e reconheceram que houve má conduta dos funcionários, mas até lá tudo já estava feito, já estava tudo na mídia e desculpa apenas não basta para tudo isso que virou”.

Casos em MS

Até esta quarta-feira (4), nenhum caso de paciente infectado pelo coronavírus foi confirmado em Mato Grosso do Sul. Em boletim divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), constam 11 casos descartados e 11 ainda sob investigação.

No Brasil, até esta tarde, o Ministério da Saúde registrou 3 casos confirmados da doença. Todos pacientes vivem em São Paulo.