Pior estiagem dos últimos 50 anos e incêndios destroem natureza e animais no Pantanal
Localizada no Pantanal sul-mato-grossense, a APA Baía Negra sofre com estiagem e queimadas, que destruíram 40% da área de preservação.
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Uma série de situações atípicas estão ameaçando a preservação da APA Baía Negra (Área de Preservação Ambiental) , localizada entre o Rio Paraguai e as baías: do Arrozal e Negra, no Pantanal de Ladário, a 426 quilômetros de Campo Grande.
Essa é a análise do presidente do conselho gestor da APA e secretário municipal de meio ambiente do município, Luiz Eduardo da Costa Urt. “Estamos passando por uma situação atípica. É a pior estiagem dos últimos 50 anos. A situação foi se deteriorando com a forte estiagem , que nos últimos 3 anos vem sendo pior. Esse ano a situação chegou no ápice. Tem também a situação das queimadas, que são antigas no Pantanal”, explicou.
A situação é preocupante: cerca de 40% da área de preservação foi destruída pelos incêndios. Além disso, a seca castiga o solo – que está seco e rachado – e a preservação de espécies. “As baías do Arrozal e Negra são interligadas. Tem uma canalização que secou, assim, a água não entra para fazer a renovação. Com a falta de chuva e queimadas, o solo seca”, relatou Urt.
Isso aconteceu porque o solo da APA é arenoso e barrento. Assim, espécies de animais também acabam prejudicadas pela seca. “Tem espécie que se reproduz e deposita os ovos na areia como, por exemplo, o quero-quero e os jacarés”, pontuou o secretário.
Conscientização
Além das condições climáticas desfavoráveis, a preservação da APA Baía Negra conta com a colaboração de turistas. No dia 25 de junho, a reportagem do Jornal Midiamax publicou a situação que a areia da prainha ficou após turistas entrarem com carros no local.
As autoridades permitem que os visitantes contemplem as belezas do local, mas pedem que os veículos fiquem estacionados do lado de fora e que turistas entrem a pé.
“Queremos alertar também que não é hora de aglomerar. Temos comunidades de povos tradicionais que moram lá e precisamos cuidar deles”, enfatizou.
Causas
Estudos desenvolvidos pelo Laboratório de Ictiologia do Pantanal Norte do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), em Cáceres (250 km de Cuiabá), apontam que a cada ano há uma redução maior no volume de água do rio Paraguai. De acordo com o pesquisador e professor doutor do programa, Ernandes Oliveira Júnior, os recordes sucessivos de queimadas e estiagem no Pantanal norte registrados nos últimos anos são consequências das mudanças climáticas e contribuem para a evolução deste quadro.
A estiagem que transformou a planície alagada do Pantanal, em foco de incêndios, – quase dois milhões de hectares já haviam sido destruídos pelo fogo de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – restringiu o espaço de todos os animais. “A área que era alagada, hoje está queimada e isso afugenta os animais que são mais rápidos, principalmente os mamíferos. Eles vão competir com os da mesma espécie e de outras em um espaço menor. Os mais lentos, como serpentes e anfíbios como sapo, rãs e pererecas, são queimados totalmente”, constata o pesquisador.
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