Com benefício em atraso, campo-grandenses temem passar fome durante pandemia

Durante a pandemia, trabalhadores campo-grandenses que formalizaram acordo com seus empregadores, após ter suspensão de contrato de trabalho, redução na jornada de trabalho e de salário, relatam que estão com o BEm (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda) em atraso, acentuando dívidas e necessidades. Criado pelo Governo Federal para socorrer trabalhadores dur…

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Durante a pandemia, trabalhadores campo-grandenses que formalizaram acordo com seus empregadores, após ter suspensão de contrato de trabalho, redução na jornada de trabalho e de salário, relatam que estão com o BEm (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda) em atraso, acentuando dívidas e necessidades.

Criado pelo Governo Federal para socorrer trabalhadores durante a pandemia, o valor do benefício varia conforme o salário do empregado e também dependendo de quanto a empresa reduziu e do salário durante a pandemia. Os valores variam entre R$ 261 e R$ 1,8 mil.

Conforme a gerente do ramo da estética, que preferiu não se identificar, ela havia solicitado o benefício e chegou a receber a primeira parcela, porém, em consulta ao aplicativo Caixa Tem, percebeu que a valor que deveria ser depositado no dia 16 de julho está em “Situação Emitida”.

“Além de pagar o valor reduzido, está em atraso. Se eu ligo no 0800 da Caixa Econômica Federal, consta que não há parcelas para receber. Nossa contabilidade teve que que abrir um chamado no governo para saber o porque não foi pago, não houve nenhum retorno. Fechar no fim de semana (decreto em Campo Grande), prejudicou ainda mais o comércio. Nós já não estamos conseguindo receber comissão porque tivemos o mínimo de vendas, mesmo a empresa baixando as metas”, disse.

A vendedora Flávia Melo Fonseca também passa pela mesma situação. Com dívidas atrasadas, o valor do benefício que deveria ser depositado no dia 10, está em validação pelo sistema do aplicativo.

“Quando eu fiz o cadastro, demorou dois dias para aprovarem. A primeira parcela veio normal, e ajudou bastante, mas a segunda não. Recebi R$ 261, e consegui supri o valor da comissão que recebia na loja. Hoje esse dinheiro já está fazendo falta. Não adianta a gente reduzir o trabalho, chegar em casa mais cedo e não ter o que comer. Gastamos mais luz e mais água”, lamenta.

Outro trabalhador por contrato, que não quis se identificar, disse que os empregadores estão tentando auxiliar as contas da empresa para pagar ajuda de custos aos funcionários enquanto o benefício não é depositado. “O salário está em dia, porém, no mês de julho, por exemplo, era um dos semestres que mais estaríamos vendendo na loja de departamento, estaríamos recebendo bem por comissão. Agora, a empresa tenta, mas são mais de 100 funcionários.”

Segundo a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência), no dia 19 de junho, foram implementadas correções no processamento de dados, para tratar divergências nas informações prestadas, como CNPJ, data de contratação, e etc. Manutenções estão sendo feitas para evitar evitar fraudes e irregularidades no programa.

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