#CG121: Na ‘Capital do delivery’, moradores se reinventam com oportunidades para empreender
Rápido, prático e fácil. Esses são alguns dos adjetivos que podem ser usados para definir o serviço de delivery. Estar com fome ou precisar de algo e com apenas uma ligação ou mensagem, resolver, fez com que o delivery em Campo Grande se torne uma verdadeira ‘febre’ entre os moradores. A praticidade do serviço também […]
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Rápido, prático e fácil. Esses são alguns dos adjetivos que podem ser usados para definir o serviço de delivery. Estar com fome ou precisar de algo e com apenas uma ligação ou mensagem, resolver, fez com que o delivery em Campo Grande se torne uma verdadeira ‘febre’ entre os moradores. A praticidade do serviço também encorajou muitos a sair da zona de conforto e ver no serviço, a chance empreender.
Cristã e com um talento para fazer doces, Beatriz Guedes, de 21 anos, contou ao Jornal Midiamax que rezava a Deus todos os dias para que pudesse pensar em algo para conquistar a sua própria renda. Foi então que, com a ajuda da mãe e a ideia de criar o “copo da felicidade” que a jovem criou a Doceria Morena, com o slogan “o delivery da sua felicidade”.
“Eu não trabalhava com nada, estava parada. E em um dia no YouTube, vi uma mulher que produzia doces e após pedir muito a Deus para me mostrar algo que fosse farto e barato. Foi aí que tive a ideia e me senti confiante que iria dar certo”, disse Beatriz.
Mas apesar da ideia do produto e de como venderia, a moradora do Aero Rancho não tinha dinheiro no bolso naquele momento para começar a empreender. Foi aí que a ajuda da mãe a impulsionou a começar com as vendas dos doces.
“Minha mãe me mandou R$ 80 e com esse dinheiro comprei as coisas para começar a fazer os copos. Fiz 10 copos, vendi. Fiz 20, vendi. E assim que eu comecei a minha doceria através do delivery”, disse.
Beatriz é bem organizada na hora de produzir e planejar como será o dia de vendas. Ela explica que pela manhã produz os copos e a tarde são feitas as entregas. Devido ao sucesso dos “copos da felicidade”, Beatriz as vezes precisa do serviço de dois motoentregadores.
Ela reconhece a oportunidade única que o serviço de entrega a proporcionou e em pouco mais de um mês de doceria, já faz planos para um dia ter seu espaço físico para receber os clientes.
“Ter um espaço para receber as pessoas para comer, tem que ter dinheiro. CNPJ, licenças, alvarás, não teria condições nesse momento. O delivery me ajudou bastante e com as redes sociais, consegui captar bastante clientes. Desde as primeiras vendas, foram delivery para pessoas que viram meu trabalho na internet. É muito mais fácil vender por delivery e as pessoas gostam bastante da comodidade, ainda mais nesse momento que estamos”, finalizou.
De sucesso entre amigos a oportunidade de negócio
Não é apenas o sobrenome que coincide Amanda Guedes, de 23 anos, com Beatriz. Assim como a jovem que abriu a sua própria doceria, Amanda viu no sucesso que fazia entre amigos se tornar uma oportunidade de ganhar o próprio dinheiro através do delivery em Campo Grande.
Nos encontros com os amigos o momento mais esperado era aquele em que Amanda ia para a cozinha fazer brownies. O doce de chocolate tão querido entre os colegas fez a moradora ter a ideia de vendê-los. Foi aí que surgiu o ‘Brownie, Teria?‘.
“A dificuldade financeira começou a pegar em casa e eu pensei em alguma coisa que eu poderia fazer, cuidar do meu filho, que fosse algo fácil de armazenar e eu optei pelos brownies, que são doces fáceis de fazer, gostosos de comer”, disse Amanda, que com apenas três semanas de negócio, já recebe uma boa demanda de clientes.
Com preços de R$ 3,50 a R$ 4,50, Amanda vende no mínimo três doces por pedido e entrega em qualquer lugar da cidade através do delivery.
“Se não tivesse o delivery eu nem estaria produzindo brownie para vender. Não que eu ache trabalhoso sair por aí vendendo, mas nessa época que estamos e com um bebê, seria muito mais complicado. E com as outras ocupações em casa, o delivery para vender ajuda bastante”, comentou Amanda.
‘Nem só de comida se vive o delivery’
Em Campo Grande, estima-se que existam 15 mil trabalhadores de aplicativos, entre motoristas e motoentregadores. Entre esses milhares de trabalhadores, está o arquiteto e urbanista, Brendon Aquino, de 25 anos, que viu no delivery a chance de ter o seu próprio empreendimento paralelo à arquitetura.
Popular entre os jovens campo-grandenses, o narguilé tem se tornando tão tradicional quando o tereré. Com os comércios precisando adotar medidas restritivas contra o coronavírus, muitos estabelecimentos fechavam justamente na hora que alguns moradores precisavam comprar a essência para o equipamento.
Diante da oportunidade, Brendon pegou as economias e comprou as primeiras essências para revender através do delivery.
“Naquele mesmo momento já anunciei que iria começar um empreendimento em modalidade delivery e assim eles [clientes de tabacaria] não passariam mais por aquela situação. De início pareceu brincadeira, mas ali eu já tinha certeza”, disse o arquiteto.
Para atender apenas entrega, a A21 Hookah Store Delivery trabalha com moradores em qualquer canto da Capital. Aos poucos, a demanda de Brendon vem crescendo. “Na primeira semana não deu movimento, mas depois começaram a chegar vários e vários pedidos. No momento sou eu quem faço tudo, faço o atendimento, monto os pedidos e entrego, porém, já vejo a necessidade de pelo menos mais duas pessoas para me auxiliarem”, comentou.
O arquiteto comenta que a grande motivação para o empreendimento foi devido a situação imposta pela pandemia e afirma que, mesmo após a Covid-19 ser só uma história para contar, o seu negócio através do delivery vai continuar.
“O serviço de delivery já vinha sendo uma tendência muito forte, principalmente com lanches, mas com a pandemia isso se estendeu a vários tipos de produtos. Embora a pandemia tenha sido um dos motivos de ter impulsionado empreendimentos desse modelo, mesmo com o fim da pandemia as vendas vão continuar existindo”, finalizou.
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