Álcool em gel falta nas farmácias e ainda não está nas mãos dos campo-grandenses

Em falta nas farmácias de Campo Grande desde que o novo coronavírus (Covid-19) passou a ser oficialmente investigado no Estado, o álcool em gel é um dos produtos comprovadamente capaz de combater o vírus. Ele sumiu das gôndolas na maioria das farmácias e não tem previsão de chegada. Porém, estranhamente, o produto não está nas […]

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Em falta nas farmácias de Campo Grande desde que o novo coronavírus (Covid-19) passou a ser oficialmente investigado no Estado, o álcool em gel é um dos produtos comprovadamente capaz de combater o vírus. Ele sumiu das gôndolas na maioria das farmácias e não tem previsão de chegada.

Porém, estranhamente, o produto não está nas mãos dos campo-grandenses, pelo menos não daqueles que frequentam áreas com grande fluxo de gente e de certa aglomeração, como o Centro de Campo Grande. O Jornal Midiamax circulou as principais ruas da região na tarde do sábado (29) e encontrou pouca gente portando seu “kit anti-coronavírus”.

Álcool em gel falta nas farmácias e ainda não está nas mãos dos campo-grandenses
Prestes a embarcar em ônibus, casal não portava o “kit anti-coronavírus” | Foto: Henrique Arakaki | Midiamax

Nas estações de embarque do transporte coletivo, tanto na Avenida Afonso Pena como na Praça Ary Coelho, entrevistados pela reportagem até sabiam as formas mais comuns de infecção e o papel do álcool gel. Porém, ninguém portava a substância antisséptica. Detalhe: todos esta estavam prestes a embarcar em um ônibus – um dos lugares perfeitos para que micro-organismos se espalhem.

“Para ser sincero eu não sei bem como é que pega [o coronavírus], vou deixar para me preocupar quando confirmarem os casos daqui. Mas sei que o álcool em gel descontamina, né?”, comentou o músico Alexandre Rocha, de 21 anos, sem muita convicção. Ele estava acompanhado da namorada, a estudante Mariana Savaris, de 16 anos. “É como uma gripe, até os sintomas são os mesmos, mas eu ainda não estou preparada”, respondeu.

Álcool em gel falta nas farmácias e ainda não está nas mãos dos campo-grandenses
Terezinha sai pouco de casa e por isso esqueceu seu frasco de álcool em gel | Foto: Henrique Arakaki | Midiamax

Também prestes a embarcar em um ônibus, a dona de casa Terezinha Souza, de 52 anos, disse que deixou o frasco de álcool gel em casa. “Essa preocupação de limpeza era algo que a gente devia ter sempre, porque a limpeza impede outras doenças, mas eu não trouxe meu frasco. É que saio pouco de casa”, justificou.

Em outros pontos do Centro de Campo Grande, poucas pessoas revelavam preocupação com o vírus cuja presença ainda é investigada no Estado. A tranquilidade como as rotinas seguem contrastando, no entanto, com a falta dos itens antissépticos nas farmácias. Além do álcool em gel, máscaras também desapareceram das prateleiras devido a alta procura ao longo da última semana.

Surpresa

Num ponto de embarque de mototáxis na praça Ary Coelho, a reportagem se deparou com alguém mais que prevenido. O mototaxista Valdevino dos Santos, de 48 anos, falou que existe uma rotina de assepsia das motos e dos capacetes a cada passageiro. Ele mostrou, inclusive, um armário no qual guarda desinfetante, água sanitária, sabão e também o álcool em gel.

Álcool em gel falta nas farmácias e ainda não está nas mãos dos campo-grandenses
Valdevino deu uma aula de como se previne infecções virais respiratórias e mostrou até “arsenal” de limpeza | Foto: Henrique Arakaki | Midiamax

“A gente faz essa limpeza como um protocolo, porque o capacete é de uso comunitário e ele pode guardar as doenças. É algo que a gente faz de praxe”, disse o mototaxista, que também comprovou dominar as formas de prevenção. “Também não é bom tocar no rosto e além de lavar as mãos tem que proteger na hora de tossir e espirrar”, complementou.

Álcool em gel falta nas farmácias e ainda não está nas mãos dos campo-grandenses
Helen disse ser fã do álcool em gel e afirmou que raramente contrai uma gripe | Foto: Henrique Arakaki | Midiamax

A cerca de 50 metros, uma vendedora de café que trabalha na praça também mostrou estar preparada: o álcool em gel estava em cima da mesa de plástico e foi usado algumas vezes durante a conversa com o repórter.

“A gente usa álcool em gel pra tudo, sempre usamos antes de entregar o café, depois de pegar o dinheiro, é uma questão de higiene. Pra ser sincera, não sei quando foi a última vez que eu gripei. Eu uso água sanitária e álcool gel no chão da minha casa e ninguém entra com calçado da rua, porque eles trazem muitas doenças”, afirmou.

Prevenção

Álcool em gel falta nas farmácias e ainda não está nas mãos dos campo-grandenses
Arte: Agência Brasil | Reprodução

O álcool em gel e o hábito de lavar bem as mãos – por cerca de 20 segundos, esfregando gentilmente as mãos com água e sabão – são a primeira preocupação que qualquer pessoa deve adotar para evitar a maioria das doenças, de resfriados, gripes comuns, H1N1, infecções alimentares e até o novo coronavírus.

Isso porque as substâncias são antissépticas, ou seja, são capazes de eliminar os micro-organismos. O problema é que muitos dos vírus sobrevivem bastante tempo nas superfícies e, por isso, portar um pequeno frasco com álcool em gel também é considerado um hábito positivo na prevenção.

Outra recomendação feita por infectologistas é evitar tocar no rosto com as mãos sujas, já que, além da infecção ocorrer pelas gotículas de saliva que ficam no ar, ela também ocorre pelo contato.

O uso de máscaras pode até ajudar, principalmente se for utilizada por aqueles que estejam resfriados ou gripados. Mas, a limpeza das mãos segue campeã na hora da prevenção.

Anda de ônibus? Confira aqui o nosso guia de como evitar contrair doenças no transporte coletivo.

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