Estudante é expulsa de escola sem justificativa e família procura polícia em Campo Grande

Uma situação bastante inusitada nesta semana, envolvendo uma aluna de 15 anos que estava no segundo ano do ensino médio, virou assunto pela cidade, após ter sido expulsa de escola no Jardim dos Estados, em Campo Grande. Ela completaria duas semanas na escola e a família procurou a polícia. Tudo começou quando o professor da […]

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(Ilustrativa)
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Uma situação bastante inusitada nesta semana, envolvendo uma aluna de 15 anos que estava no segundo ano do ensino médio, virou assunto pela cidade, após ter sido expulsa de escola no Jardim dos Estados, em Campo Grande. Ela completaria duas semanas na escola e a família procurou a polícia.

Tudo começou quando o professor da escola teria ligado para a mãe da adolescente e dito para buscar imediatamente a aluna, e que ele também poderia devolver o dinheiro gasto com a inscrição da matrícula se fosse necessário.

A irmã da estudante, que também é advogada e acompanha o caso, explicou que a versão dada pelo diretor para ter expulsado a menina é de que ela “conversava demais em sala, estava isolada dos demais e que não prestava atenção na aula”. No entanto, em nenhum momento, teria dado qualquer “motivo plausível” para a contestação.

Denúncia

O boletim de ocorrência, encaminhado pela família ao Jornal Midiamax, a mãe da adolescente foi chamada na escola nesta quinta-feira (7) pelo diretor, que também é dono do colégio, para que a menina fosse retirada imediatamente da escola e que, se a família quisesse, parte do dinheiro da matrícula seria devolvido.

Para a polícia, a mãe da garota disse que ao chamar o diretor para conversar, ele “não conseguiu” expor o motivo pelo qual a aluna estaria sendo expulsa. Posteriormente, ele disse a mulher que a menina teve um atrito com o professor de sociologia e também estava muito isolada na escola.

A denúncia da família da adolescente também envolveu o constrangimento que a menina estaria passando na escola, pois por diversas vezes, o diretor a abordou no pátio da escola, na frente de outros alunos e repetia que ela não estudaria mais ali. As abordagens também seriam sem nenhum motivo.

Incomodada com a situação com os colegas de classe, a garota pediu para mudar de turma, porém também não pode, pois, as demais alunas da sala queriam a presença dela. O diretor ainda classificou a estudante como intransigente e que a família certamente enfrentará problemas com ela no futuro, segundo o boletim de ocorrência.

O boletim registrado na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) também diz que a escola sequer entregou os documentos de transferência para que a adolescente conseguisse se matricular em outra escola. O caso será investigado.

Exposição

A advogada disse a reportagem que a garota está muito abalada com toda a situação. “Ainda se tivesse motivo plausível, não poderia ter conduzido dessa maneira. Ele foi sem ética, sem profissionalismo. Foi contrário ao estatuto da adolescente, da conduta da escola”, afirmou. Ela explica que o diretor teria discriminado a jovem, afirmando que ele iria expulsa-la na frente de todos os outros colegas, causando constrangimento na aluna.

A preocupação da família também seria pela exposição já sofrida por ela, que está sendo chamada de “menina que foi expulsa da escola” nas redes sociais por outros alunos, conforme o boletim de ocorrência.

Foi feita uma reunião entre coordenador, a irmã e mãe da menina, além de advogados e o presidente da comissão dos adolescentes para que se chegasse a um consenso.

Posicionamento

A reportagem entrou em contato com a escola e por meio de nota, esclareceu que não expulsou nenhum aluno e não recebeu nenhuma solicitação de transferência. Confira posicionamento na íntegra:

“O colégio esclarece que não expulsou aluno algum ontem [7 de fevereiro] e também que não recebeu pedido de transferência dos envolvidos no caso ocorrido, ressaltando-se que quando solicitado tal requerimento por escrito, a documentação sempre é prontamente entregue. Com o objetivo de prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos de adolescentes, a diretoria do colégio entendeu por bem, após a análise dos fatos ocorridos ontem e em outra oportunidade na semana passada, além do diálogo com os envolvidos, adotar as providências cabíveis, as quais foram comunicadas aos responsáveis dos adolescentes. Justamente em respeito à intimidade, direito à imagem e reserva da vida privada dos menores envolvidos, a diretoria declara não ter mais nada o que informar além do que já foi passado às partes envolvidas.”

*matéria atualizada às 16h34 para acréscimo de informação

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