Fezes de pombos e equipamentos danificados: conservação de UPA da Capital deixa usuários em alerta
O estado de conservação das UPA (Unidades de Pronto Atendimento) Vila Almeida volta a preocupar os usuários. Isso porque, na unidade, há claros vestígios de que a manutenção periódica de forros, aparelhos de ar-condicionado e até de mobiliários não é realizada. No piso da UPA, azulejos estão quebrados, a climatização é insuficiente, cadeiras de apoio para […]
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O estado de conservação das UPA (Unidades de Pronto Atendimento) Vila Almeida volta a preocupar os usuários. Isso porque, na unidade, há claros vestígios de que a manutenção periódica de forros, aparelhos de ar-condicionado e até de mobiliários não é realizada.
No piso da UPA, azulejos estão quebrados, a climatização é insuficiente, cadeiras de apoio para acompanhantes e de hidratação estão rasgadas e – mais grave – fezes e penas de pombos escorrem pelas frestas do forro em toda a unidade.
As fezes de pombos, por sequência, são a maior preocupação dos pacientes, já que esses dejetos estão associados a pelo menos cinco zoonoses, sendo elas a criptococose (infecção fúngica), salmonelose (infecção bacteriana), encefalites (infecções virais), toxoplasmose (infecção por protozoários) e E. Coli (bactéria). A maioria delas acomete pessoas com imunidade afetada – parte significativa do público que procura as UPA em Campo Grande.
O servidor público Cezar Pinheiro Justiniano, de 48 anos, relatou à reportagem que no período em que o pai esteve internado, nos últimos dias, constatou e registrou em imagens a sujeira que desce pelo forro e que se acumulam no chão.
“Pessoalmente, é pior que as fotos. Quando você entra na recepção aquilo está nojento. Fezes e penas misturadas escorrem e caem pela parede. São lâmpadas quebradas, pisos quebrados, cadeiras rasgadas, o ar-condicionado não gela. Todo mundo reclama do calor”, afirma.
Infestação de pombos é recorrente
O problema das fezes de pombos no forro da unidade não é novidade. Em dezembro de 2016, o Jornal Midiamax noticiou que parte do teto da unidade cedeu e o local ficou cheio de fezes de pombos, que estavam acumuladas no teto. O local chegou a ficar parcialmente interditado para os reparos emergenciais.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), que afirmou estar ciente da situação da UPA Vila Almeida, mas que o local passa por higienização periódica a fim de evitar contaminações.
Na nota, a Sesau também reconhece os riscos decorrentes da presença de pombos, mas destaca que contribuem para a infestação das aves a disponibilidade de abrigo e oferta de alimentos.
“Por isso, a Sesau tem orientado os pacientes para que evitem alimentar esses animais. Na UPA Vila Almeida, já foi solicitada um visita técnica do CCZ para avaliar a possibilidade de remoção destes animais, uma vez que os mesmo não podem ser abatidos, e posteriormente devem ser reforçadas as barreiras físicas para que os animais não voltem a se alojar”, traz a comunicação oficial.
Sobre equipamentos como aparelhos de ar-condicionado e cadeiras, a Sesau destaca que a empresa terceirizada efetuará a manutenção e que o município está com um processo de aquisição aparelhos mais modernos para substituir os antigos. Sobre o mobiliário, a nota destaca que, em 2018, mais de 200 poltronas de hidratação foram entregues nas unidades de saúde e todas as que apresentam avarias estão em processo de descarte ou serão encaminhadas para manutenção.
Confira a nota na íntegra
“Em janeiro do ano passado, a atual gestão determinou o fechamento da UPA Vila Almeida para que fossem realizadas obras emergenciais a fim de reparar os estragos à época provocados pelas chuvas e, em partes, pela recorrente infestação de pombos no local. Na ocasião, parte do teto chegou a desabar devido o acumulo de fezes. Assim como a UPA Vila Almeida, a grande maioria das unidades de saúde do município encontravam se em situações precárias, reflexo da falta de manutenção preventiva e periódica que há pelo menos quatro anos não eram realizadas.
Diante disso, foi determinado a realização de um cronograma de reparos e manutenção priorizando as unidades em pior estado de conservação. Apesar dos esforços da administração municipal, a ação do tempo e uso frequente destes equipamentos de saúde contribuem para que esses problemas pontuais voltem a aparecer. Como já dito, a presença de pombos nas unidades é um problema recorrente que é potencializado pela disponibilidade de abrigo e oferta de alimentos.
Por isso, a SESAU tem orientado os pacientes para que evitem alimentar esses animais. Na UPA Vila Almeida, já foi solicitada um visita técnica do CCZ para avaliar a possibilidade de remoção destes animais, uma vez que os mesmo não podem ser abatidos, e posteriormente devem ser reforçadas as barreiras físicas para que os animais não voltem a se alojar.
Essa medida já havia sido tomada anteriormente, no entanto por conta da quantidade de animais no local as mesmas foram rompidas. A unidade passa por limpeza e higienização periódica para evitar riscos de contaminação. Quanto aos condicionadores de ar, os mesmos também devem passar por manutenção que é de responsabilidade de uma empresa terceirizada. O município está com um processo de aquisição aparelhos mais modernos que irão substituir os que apresentem algum defeito ou estão em desuso.
Por fim, somente neste ano a SESAU realizou a entrega de mais de 200 poltronas de hidratação nas unidades de saúde e todas as que apresentam avarias estão em processo de descarte ou serão encaminhadas para manutenção”.
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