‘Só se cria favela se o poder público for omisso’, diz Marquinhos

Prefeito promete regularizar situação das ocupações

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Prefeito promete regularizar situação das ocupações

Após uma série de ocupações irregulares em terrenos públicos e privados, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) promete “regularizar” a situação dos moradores – que reivindicam casas populares e afirmam que não têm condições de pagar aluguel -.

Na quarta-feira (18), equipes da Prefeitura foram até o Jardim Montevidéu, onde alguns moradores ocupam um terreno público. No local, algumas casas foram derrubadas pela patrola da Prefeitura e os moradores foram notificados. Agora, Marquinhos declarou que a Prefeitura irá investigar a situação das ocupações e favelas. No Montevidéu, ele afirma que a administração deverá “checar quem, realmente, vive lá”.

“Aqueles que estão no local há anos ou há pelo menos seis meses, nenhuma casa foi ou será derrubada. Mas ali eles não podem ficar, ou se regularizam ou espera o sorteio da Emha [Agência municipal de habitação]. Só não podemos admitir uma atitude contrária a lei, e que gere constância na nossa cidade. Tem uma regra, tem uma lei”, afirmou.

Sobre a demora para conseguir uma casa junto à Emha, o prefeito declarou que “a demora da Emha não dá o direito de invadir. Não podemos compactuar com isso”. Marquinhos afirmou que o perfil de algumas pessoas não condiz com a ocupação. Para ele, há pessoas responsáveis por “fraudar” o processo, pedindo que outras ocupem os terrenos, para depois construir casas.

 

 

 

 

 

“Acredito que com certeza há uma negociata. Pessoa que tem dinheiro faz o levantamento de alvenaria, usa a pessoa pra ficar dentro e, se, durante algum período não mexer, toca o cara pra fora e fica lá dentro”, declarou.

No local, há, no entanto, pessoas em situação de vulnerabilidade. Uma dela é uma senhora de 70 anos que vive no local. Marquinhos disse que a notificação não implica expulsão imediata e sim, estabelece prazo de cinco dias para apresentar justificativa.

“As que realmente estiverem morando e precisando, vamos fazer um cadastramento e buscar a regularização”, complementou.

Favelização

Em poucos meses, Campo Grande viu, novamente, o crescimento do processo da favelização. Ao menos dois locais chamam a atenção. Um conglomerado na região da Morada do Sossego, e outro, na região onde ficava a Cidade de Deus. Sobre as favelas, o prefeito “prometeu resolver a situação”.

 

Favela na Morada do Sossego (Cleber Gellio)

 

 

“Só se cria favela se o poder público for omisso ou demorar demais na ação. Da hora que se invade até a edificação há um lapso temporal. Se o poder público for firme,  você mostra que a situação é diferente”, declarou.

O prefeito ainda afirmou que população também irá ‘monitorar’ a situação. “Não só eu, como toda a população, afinal as áreas são reservadas pra edificação de Postos de saúde, Ceinfs [Centros de educação infantil, as áreas de equipamentos de lazes de utilidade pública, por isso eles têm que cuidar”.

 

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