Organizada por mulheres, 1ª mostra da cultura camponesa acontece em Campo Grande

Espaço terá produtos diversos e apresentações artísticas

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Espaço terá produtos diversos e apresentações artísticas

Você conhece tudo que é produzido no campo e chega até a sua mesa? Se a resposta é não, você tem chance de saber mais. Fortes dentro do movimento, as mulheres do MST (Movimento Sem Terra) trazem para Campo Grande a 1ª ‘mostra da cultura camponesa’. O evento ocorre durante a sexta-feira (7), e oferece, além de diversos produtos agroecológicos e orgânicos, apresentações artísticas, como shows e declamações de poesia.

Quem comemora e ajudou a organizar o evento é a jovem Sindy Gauber, 20, que vive no assentamento ‘Geraldo Garcia’, em Sidrolândia – a 70 km de Campo Grande -, local que ela divide com cerca de 182 famílias. Sindy explica que além de expor a diversidade produzida no âmbito da agricultura familiar, a exposição tentar ‘quebrar uma cadeia’ que estabelece pouco contato entre os produtores e os clientes.

“É uma iniciativa ainda pequena para gente mostrar o que os assentados estão produzido do Mato Grosso do Sul. Vem gente desde o pantanal, da região do cone sul, vem gente do Estado inteiro. Hoje nossa maior dificuldade é escoar a produção, os assentados produzem, mas os assentamentos são longe, não tem linhas de crédito para vender a produção e perdem muitos produtos porque não conseguem escoar. E a feira é uma ótima oportunidade porque o produtor vai dialogar diretamente com o comprador”, comenta ela.

Organizada por mulheres, 1ª mostra da cultura camponesa acontece em Campo Grande

Além dos assentamentos, as mulheres do MST também convidaram outras organizações camponesas, comunidades quilombolas e pessoas ligadas à economia solidária.

Mulheres camponesas

Sindy relata que a questão de gênero é central no MST, que tenta, por meio da auto-organização das mulheres, estabelecer mais autonomia.

“O MST tem desde o seu início, uma preocupação com debate de gênero, nessa perspectiva tem o coletivo de mulheres e uma das pautas é a autonomia financeira das mulheres, e aí elas organizam sua produção, seu artesanato e essa feira foi uma discussão levantada por elas. Por que não fazer uma mostra da nossa produção? Uma tentativa de começar alguma coisa”, comenta.

“Hoje, a gente tem uma realidade que muitas famílias não conseguem sobreviver só do lote, então as mulheres que acabam ficando mais no assentamento e elas são responsáveis pelo que a gente chama de quintais produtivos, aquela produção que tem em torno de casa, que é mais pra subsistência da família e acaba sobrando para a venda, da onde as mulheres conseguem ter um pouco de lucro”, relata ela.

A ideia, agora, é que a mostra ocorra mais vezes. “A gente está começando, mas a ideia é que se ela conseguir dialogar com a sociedade e conseguir se desenvolver bem, a ideia é continuar com ela, pelo menos uma vez por mês”, pontua.

A mostra começa amanhã (7) às 9h, na Rua Juruena, nº 309.

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