No bairro onde vídeo flagrou ataque de bandidos a pai e filho, todos são reféns

Grupo no WhatsApp também é alternativa para vizinhos 

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Grupo no WhatsApp também é alternativa para vizinhos 

Grades, concertinas, cercas elétricas e muros altos. Essa é a visão de quem chega ao Bairro Vila Taquarussu, em Campo Grande, mas, antes de qualquer coisa, a alternativa de segurança para quem mora na região. A população residente nos arredores se vê obrigada a colocar a mão no bolso devido ao abandono do poder público e falta de segurança.

‘A mercê do crime’, atualmente, é a frase que resume as reclamações de quem habita a região, que fica localizada no meio das Vilas Nhanhá, Marcos Roberto e Jacy, mas nem tão longe da área central, como parece.

Sentindo-se abandonada, a população da Vila Taquarussu ‘se vira’ como pode para se proteger de bandidos e as alternativas vão de grupo no WhatsApp a investimentos de até R$ 5 mil para viver atrás das grades.

Mesmo assim, a situação é precária e toda semana tem registro de crime pelas ruas do bairro.

A auxiliar administrativa, Gisele dos Santos Pereira, 30 anos, que trabalha há quatro anos, em uma revendedora autorizada de gás, conta que o comércio já foi assaltado oito vezes. Por esse motivo, a segurança precisou pesar no bolso e os donos investiram R$ 5 mil no local.

Nos crimes os bandidos chegaram a levar 10 botijões de gás, celular, dinheiro, e até uma motocicleta para as entregas. A funcionária ressalta, que de todas as vezes que foram vítimas receberam retorno da polícia, uma única vez. “Foi quando a motocicleta roubada foi recuperada em uma estrada vicinal, depenada. Não tem policiamento e por conta disso tivemos que investir R$ 5 mil em segurança. Além de levar as coisas, eles são abusados em uma das vezes urinaram no local”, disse.

Revoltada, Gisele reitera que as práticas dos crimes não têm dia ou horário para ocorrer e que os autores conhecem a rotina do bairro, por isso, acredita que devem ser moradores de bairro próximos. “Os roubos ou furtos são sempre na mesma forma. São os mesmo autores. Estamos totalmente desprotegidos”, finaliza.

Como não há nada tão ruim que não posso piorar, a situação se confirma quando uma dona de casa agradece o fato de sua casa ter sido invadida apenas uma vez e atende a reportagem atrás das grades. Parece brincadeira, mas é a realidade de Maria Tereza Mendes, 55 anos, que como alternativa paga R$ 40 para segurança noturno, que faz rotas pelo bairro durante a noite.

“Só entraram uma vez, graças a Deus. Por isso, agora, pago o segurança que tem como função avisar se vir algo estranho ou portão. A coisa está tão feia que o seu crachá não me garante nada e me vejo na obrigação de conversar com você atrás de uma grade”, disse.

Bandidos entraram na casa da aposentada Dora Bandeira, 60 anos, três vezes. Nos crimes, a moradores perdeu televisão, computador, roupas, calçados, aparelhos DVD. Ela também paga a segurança móvel, por R$ 40 e participa de um grupo no WhatsApp em que os moradores se ajudam e monitoram a casa alheia.

“A última vez deve ter sido um adolescente, por entrou pelo vitrô. Outra vez em uma tentativa de assalto, voltava de um evento religioso com minha amiga quando durante a despedida em frente à minha casa um assaltante apontou uma arma na cabeça dela, mas como assustamos e gritamos ele fugiu”, disse.

De acordo com motoristas do bairro, os perfis predominantes dos assaltantes são de jovens de 17 anos a homens de 34, que agem em motocicletas e com o uso de armas. Assim como os furtos, que ocorrem sempre com arrombamentos.

A dona de casa Leila Cavalcante de Toledo, 52 anos, já teve a casa furtada quatro vezes, três no ano passado e uma neste ano. A última vez, o bandido só não conseguiu levar nada, porque ela e mãe dormiam na casa e gritaram quando o viram. “Nós estamos esquecidos. Por conta dessa insegurança vou subir o muro da minha casa”, disse.

Assista ao vídeo da tentativa de assalto em plena luz do dia. AQUI.

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