MS lidera casos no Centro-Oeste

Mato Grosso do Sul possui a 5ª maior incidência de câncer bucal (lábio e cavidade oral) em homens, em comparação com outros estados do País, sustentando 11,27% dos casos de tumor no Brasil. Nas mulheres, essa taxa cai para o 12º lugar no ranking, com 4,21% de incidência.

No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul apresenta a maior incidência da doença tantos nos homens quanto nas mulheres, mostra levantamento do Inca (Instituto Nacional de Câncer).  

“Isso significa que a cada 100 mil homens no Estado, 10 terão câncer de cavidade oral conforme a taxa de incidência, e a cada 100 mil mulheres, três vão desenvolver a doença, também conforme as taxas individuais”, explicou a cirurgiã-dentista e tecnologista da Divisão de Detecção Precoce e apoio a organizações de Redes do Inca, Adriana Atty.

Durante a abertura da Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal em Mato Grosso do Sul, na manhã dessa terça-feira (31.10), no auditório do Conselho Regional de Odontologia (CRO), ela explicou ainda que o câncer de lábio e cavidade oral ainda é diagnosticado tardiamente e salientou que, além do número de casos da doença ter crescido no país, 60% dos diagnósticos que são feitos estão em estágio avançado.

“Os pacientes dão entrada para tratamento em estágios avançados. O objetivo deve ser diagnosticar precocemente, diminuir o intervalo entre a suspeita de uma lesão, a confirmação de um diagnóstico e o encaminhamento para o tratamento. Esse é o desafio”, disse.

Segundo Adriana, Mato Grosso do Sul acompanha a realidade nacional e não tem nada que destoe do cenário nacional. “Em Mato Grosso do Sul o câncer bucal também acomete maios os homens do que as mulheres, como no restante do País, e também são diagnosticados tardiamente”, afirmou.

Fatores de risco

A doença acomete, em especial, pessoas com idade acima de 40 anos que fumam. “Quando o indivíduo fuma e também bebe, os fatores de risco são ainda maiores. O câncer da cavidade oral tem uma etiologia multifatorial. A hereditariedade está presente, assim como no câncer de mama, mas nós temos marcadamente na boca os fatores etiológicos como o fumo e o álcool. Quando unidos esses dois fatores duplicam as chances da pessoa ter o câncer bucal”, explicou a cirurgiã dentista, estomatologista e mestre doutora em Patologia Bucal, Marcia Rodrigues Gorisch.

Segundo Marcia, a presença de vírus, como o HPV, a má alimentação e a má higiene também facilitam a formação de algumas lesões bucais que propiciam o aparecimento do câncer.

Segundo dados atualizados do Inca, o câncer de boca foi um dos maiores responsáveis por óbitos registrados no Brasil, em 2014, em decorrência da doença. Embora Mato Grosso do Sul seja pioneiro no trabalho de prevenção ao câncer bucal, sendo o primeiro Estado a realizar a Semana de Prevenção e, até mesmo, um dos responsáveis pela Lei Federal que instituiu a Semana Nacional voltada ao combate a essa patologia, os dados ainda são alarmantes.